1)
Francesco
Antonio Maria Matarazzo (Castellabate, 9 de março de 1854 — São Paulo, 10 de
dezembro de 1937) foi um empresário ítalo-brasileiro.
4)
Matarazzo morreu na condição de dono do maior
complexo industrial da América
Latina do início do século XX,
e de homem mais rico do Brasil.
6)
A riqueza produzida por suas indústrias ultrapassava
o PIB de
qualquer estado brasileiro,
exceto São Paulo.
7)
Ele se tornou-se conhecido no Brasil como Francisco Matarazzo, conde Francisco Matarazzo, conde Matarazzo ou ainda conde Francesco.
8)
Em italiano, sua titulação completa era Don Francesco Antonio Maria, Il Molto A
importância de Francesco Matarazzo para o cenário econômico do Brasil só é Onorevole Conte Matarazzo.
9)
Sua condição foi comparável à que teve o visconde de Mauá no Segundo
Reinado do Império brasileiro (1822-1889), tendo sido um dos
marcos da modernização do país.
12)
Francesco aos 27 anos emigra para o Império do Brasil (1822-1889), em 1881, em busca de melhores condições de vida.
14)
Com o pouco dinheiro que lhe sobra se estabelece na
cidade de Sorocaba, província de São Paulo, no comércio de
secos e molhados. Alguns anos depois estabelece uma empresa de produção e comércio de
banha de porco.
15)
Em 1890, muda-se para São Paulo e funda, com os irmãos Giuseppe
e Luigi, a empresa Matarazzo
& Irmãos. Diversifica seus negócios e começa a importar farinha de
trigo dos Estados
Unidos. Giuseppe participava da empresa com uma fábrica de banha
estabelecida em Porto Alegre e Luigi com um depósito-armazém
estabelecido na cidade de São Paulo.
16)
No ano seguinte, a empresa foi dissolvida e
constituiu-se em seu lugar a Companhia
Matarazzo S.A. que já conta com 41 acionistas minoritários. Essa
sociedade anônima passa a controlar também as fábricas de Sorocaba e Porto
Alegre.
17)
Em 1900, a guerra entre a Espanha e
os países centro-americanos dificulta a compra do produto e ele consegue crédito do London and Brazilian Bank para
construir um moinho na
cidade de São Paulo. A partir daí, seu império empresarial se
expande rapidamente, chegando a reunir 365 fábricas por
todo o Brasil. A renda bruta do conglomerado chegou a ser a quarta maior
do país, e 6% da população paulistana
depende de suas fábricas, que, em 1911, passam a se
chamar Indústrias Reunidas Fábricas
Matarazzo (IRFM), uma sociedade anônima.
18)
Sua estratégia de crescimento segue o lema "uma coisa
puxa a outra". Para embalar o trigo, monta uma tecelagem.
Para aproveitar o algodão usado na produção do tecido, instala uma
refinaria de óleo,
e assim por diante.
20)
Matarazzo morre em 10 de
dezembro de 1937, após uma crise de uremia,
na condição de homem mais rico do país, o italiano mais rico do mundo, com uma
fortuna de 20 bilhões de dólares estadunidenses, tendo a quinta maior
fortuna do planeta na ocasião da morte, possivelmente sendo proprietário de
365 fábricas.
22)
-Giuseppe
Matarazzo (1877-1972), casado com Dona Anna de Notaristefani dei Duchi di
Vastogirardi (1888-1959); Andrea Matarazzo (1881-1958), casado com Dona Amália
Cintra Ferreira (1885-1958); Ermelino Matarazzo (1883-1920); Teresa
Matarazzo (1885-1960), casada com Gaetano Comenale;
Mariangela Matarazzo (1887-1958), casada com Mario Comide; Attilio Matarazzo (Sorocaba, 1889-1985), casado com Dona Adele dall'Aste Brandolini; Carmela Matarazzo (1891-?), casada com Antonio Campostano; Lydia Matarazzo (1892-1946), casada com Giulio Pignatari (?-1937); Olga Matarazzo (1894-1994), casada com o príncipe Dom Giovanni Alliata Di Montereale (1877-1938); Ida Matarazzo (1895-?); Claudia Matarazzo (1899-1935), casada com Dom Francesco Ruspoli, 8º principe di Cerveteri (1899-1989); Francisco Matarazzo Júnior (1900-1977), casado com Mariangela Matarazzo (1905-1996) e (Luigi) Luís Eduardo Matarazzo (1902-1958), casado com Bianca Troise.
Mariangela Matarazzo (1887-1958), casada com Mario Comide; Attilio Matarazzo (Sorocaba, 1889-1985), casado com Dona Adele dall'Aste Brandolini; Carmela Matarazzo (1891-?), casada com Antonio Campostano; Lydia Matarazzo (1892-1946), casada com Giulio Pignatari (?-1937); Olga Matarazzo (1894-1994), casada com o príncipe Dom Giovanni Alliata Di Montereale (1877-1938); Ida Matarazzo (1895-?); Claudia Matarazzo (1899-1935), casada com Dom Francesco Ruspoli, 8º principe di Cerveteri (1899-1989); Francisco Matarazzo Júnior (1900-1977), casado com Mariangela Matarazzo (1905-1996) e (Luigi) Luís Eduardo Matarazzo (1902-1958), casado com Bianca Troise.
23)
Francesco
Matarazzo não pertencia à nobreza italiana nem
à nobreza de outros países
da Europa, no entanto, no Brasil,
já bilionário, alguns de seus filhos vieram a se casar com membros da alta
nobreza italiana.
24)
Entre
os quais, suas filhas Claudia e Olga Matarazzo, que casaram-se com Dom
Francesco Ruspoli, 8º príncipe de Cerveteri, e o príncipe Dom Giovanni Alliata
Di Montereale, respectivamente; e seus filhos Giuseppe e Attilio Matarazzo,
casados com Dona Anna de Notaristefani dei Duchi di Vastogirardi e Dona Adele dall'Aste
Brandolini, respectivamente.
25)
Títulos e comendas: O Muito Honorável Conde Matarazzo - Feito pelo rei Vítor Emanuel III da Itália, no Decreto Real de
25 de junho de 1917, e, posteriormente, foi feita uma extensão do título aos
filhos varões, no Decreto Real de 2 de dezembro de 1926 (Itália);
Presidente Honorário do Palestra Italia (que, atualmente, atende pelo nome de Palmeiras); Cavaliere Magistrale del Sovrano Militare Ordine di Malta (Malta); Cavaliere di Gran Croce del Gran Crodone dell’Ordine della Corona d'Italia (Itália); Cavaliere del Lavoro (Itália); Croce al Mertio Ungherese (Itália) e Cavaleiro Oficial (Primeira Classe) da Ordem do Cruzeiro do Sul (Brasil).
Presidente Honorário do Palestra Italia (que, atualmente, atende pelo nome de Palmeiras); Cavaliere Magistrale del Sovrano Militare Ordine di Malta (Malta); Cavaliere di Gran Croce del Gran Crodone dell’Ordine della Corona d'Italia (Itália); Cavaliere del Lavoro (Itália); Croce al Mertio Ungherese (Itália) e Cavaleiro Oficial (Primeira Classe) da Ordem do Cruzeiro do Sul (Brasil).
26)
Matarazzo é um
ramo ítalo-brasileiro da família Matarazzo da Itália, cujos membros são donos
das indústrias de
mesmo nome.
Atualmente conta com membros em vários setores da elite da sociedade brasileira, como a política, as artes, a magistratura, a medicina, o empresariado ou nos meios de comunicação.
Atualmente conta com membros em vários setores da elite da sociedade brasileira, como a política, as artes, a magistratura, a medicina, o empresariado ou nos meios de comunicação.
27)
Alguns
famosos Matarazzo: Francesco Matarazzo — mascate,
e, posteriormente, empresário, foi o fundador das Indústrias Reunidas Francisco
Matarazzo.
Tendo recebido o título nobiliárquico de O Muito Honorável Conde Matarazzo em reconhecimento às ajudas milionárias em dinheiro e demais mercadorias que envia à |Itáliadurante a Primeira Guerra Mundial (1914-1917), bem como em decorrência do lobby feito pelas famílias de alguns dos seus genros e noras, famílias, estas, que pertenciam à alta nobreza italiana.
Depois de diversas respostas negativas por parte do rei da Itália, logo a Itália entra na Primeira Guerra Mundial. Com a guerra, foi combinado que, dadas as circunstâncias de se tratar do pai de consortes de membros da alta nobreza italiana, bem como após uma doação multimilionária ao Reino da Itália por parte de Matarazzo, Francesco receberia um título nobiliárquico.
O rei Vítor Emanuel III, no Decreto Real de 25 de junho de 1917, extensivo aos filhos varões em 2 de dezembro de 1926, o titulou como O Muito Honorável Conde Matarazzo. Francesco Matarazzo contraiu matrimônio com Filomena Sansivieri com quem teve 13 filhos: Giuseppe Matarazzo, Andrea Matarazzo, Ermelino Matarazzo, Teresa Matarazzo, Mariangela Matarazzo, Attilio Matarazzo, Carmela Matarazzo, Lydia Matarazzo,
Olga Matarazzo, Ida Matarazzo, Claudia Matarazzo, Francisco Matarazzo Júnior e (Luigi) Luís Eduardo Matarazzo; Francisco Matarazzo Júnior — filho e sucessor do fundador, Francesco Matarazzo Teve cinco filhos, entre eles Maria Pia Matarazzo, sua sucessora; Comendador Ermelino Matarazzo — filho do fundador, morto antes de sucedê-lo.
Recebeu uma comenda do governo brasileiro, tornando-se um comendador; Francisco Matarazzo Sobrinho, mais conhecido como "Ciccillo Matarazzo"; Angelo Andrea Matarazzo; Amália Cintra Matarazzo; Eduardo Matarazzo Suplicy - casou-se com Marta Suplicy; Andrea Matarazzo - casado com Sonia Matarazzo; Jayme Monjardim Matarazzo - filho de André Matarazzo e Maysa Monjardim.
Casou-se três vezes e tem quatro filhos: Jayme Monjardim Matarazzo Filho,Maria Fernanda Matarazzo, André Escobar Monjardim Matarazzo e Maysa; Claudia Matarazzo; Francisco Matarazzo Pignatari conhecido como Baby Pignatari e Ângelo Matarazzo Pausini.
Tendo recebido o título nobiliárquico de O Muito Honorável Conde Matarazzo em reconhecimento às ajudas milionárias em dinheiro e demais mercadorias que envia à |Itáliadurante a Primeira Guerra Mundial (1914-1917), bem como em decorrência do lobby feito pelas famílias de alguns dos seus genros e noras, famílias, estas, que pertenciam à alta nobreza italiana.
Depois de diversas respostas negativas por parte do rei da Itália, logo a Itália entra na Primeira Guerra Mundial. Com a guerra, foi combinado que, dadas as circunstâncias de se tratar do pai de consortes de membros da alta nobreza italiana, bem como após uma doação multimilionária ao Reino da Itália por parte de Matarazzo, Francesco receberia um título nobiliárquico.
O rei Vítor Emanuel III, no Decreto Real de 25 de junho de 1917, extensivo aos filhos varões em 2 de dezembro de 1926, o titulou como O Muito Honorável Conde Matarazzo. Francesco Matarazzo contraiu matrimônio com Filomena Sansivieri com quem teve 13 filhos: Giuseppe Matarazzo, Andrea Matarazzo, Ermelino Matarazzo, Teresa Matarazzo, Mariangela Matarazzo, Attilio Matarazzo, Carmela Matarazzo, Lydia Matarazzo,
Olga Matarazzo, Ida Matarazzo, Claudia Matarazzo, Francisco Matarazzo Júnior e (Luigi) Luís Eduardo Matarazzo; Francisco Matarazzo Júnior — filho e sucessor do fundador, Francesco Matarazzo Teve cinco filhos, entre eles Maria Pia Matarazzo, sua sucessora; Comendador Ermelino Matarazzo — filho do fundador, morto antes de sucedê-lo.
Recebeu uma comenda do governo brasileiro, tornando-se um comendador; Francisco Matarazzo Sobrinho, mais conhecido como "Ciccillo Matarazzo"; Angelo Andrea Matarazzo; Amália Cintra Matarazzo; Eduardo Matarazzo Suplicy - casou-se com Marta Suplicy; Andrea Matarazzo - casado com Sonia Matarazzo; Jayme Monjardim Matarazzo - filho de André Matarazzo e Maysa Monjardim.
Casou-se três vezes e tem quatro filhos: Jayme Monjardim Matarazzo Filho,Maria Fernanda Matarazzo, André Escobar Monjardim Matarazzo e Maysa; Claudia Matarazzo; Francisco Matarazzo Pignatari conhecido como Baby Pignatari e Ângelo Matarazzo Pausini.
28)
Francesco Antonio Maria Matarazzo (1854-1937)
era um italiano que
chegou ao Brasil em
1881 em busca de melhores condições de vida.
Começou trabalhando como mascate, e mais tarde ele montara uma pequena fábrica para processar banha de porco, depois passou a fabricar as embalagens metálicas do produto o que o levou a montar uma metalúrgica. Mais tarde começou a vender arroz, massas, óleos, peixe e trigo em um supermercado. Logo ele funda a companhia Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo.
Começou trabalhando como mascate, e mais tarde ele montara uma pequena fábrica para processar banha de porco, depois passou a fabricar as embalagens metálicas do produto o que o levou a montar uma metalúrgica. Mais tarde começou a vender arroz, massas, óleos, peixe e trigo em um supermercado. Logo ele funda a companhia Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo.
29)
O império Matarazzo crescia cada vez mais em diversos
setores como alimentício, têxtil, navegação de cabotagem, indústrias siderúrgicas,
altos investimentos em ferrovias e hidrelétricas.
30)
Francesco não pertencia à nobreza
italiana nem à nobreza de
outros países da Europa, no entanto, no Brasil, já bilionário, alguns de seus
filhos vieram a se casar com membros da alta nobreza italiana.
Entre os quais, suas filhas Olga e Cláudia Matarazzo, que casaram-se com Francesco Ruspoli, 8º príncipe de Cerveteri, e o príncipe Giovanni Alliata Di Montereale, respectivamente; e seus filhos Giuseppe e Attilio Matarazzo, casados com Anna de Notaristefani dei Duchi di Vastogirardi e Adele dall'Aste Brandolini, respectivamente. Para que não ficasse mal perante a nobreza, em função de entes da alta nobreza italiana estarem casados com plebeus, as referidas famílias com que os filhos de Francesco Matarazzo estavam casados fizeram um lobby com o rei Vítor Emanuel III da Itália.
Após várias respostas negativas por parte do então rei da Itália, a Itália entra na Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Nesse cenário, o monarca italiano disse que dadas as circunstâncias, por se tratar do pai de consortes de membros da alta nobreza italiana, se Francesco Matarazzo doasse milhões de dólares estadunidenses ao Reino da Itália, o rei da Itália conferiria um título nobiliárquico ao mesmo. Após o envio de milhões de dólares estadunidenses e demais mercadorias, recebe do rei Vítor Emanuel III o título nobiliárquico de O Muito Honorável Conde Matarazzo, em 1917.
Entre os quais, suas filhas Olga e Cláudia Matarazzo, que casaram-se com Francesco Ruspoli, 8º príncipe de Cerveteri, e o príncipe Giovanni Alliata Di Montereale, respectivamente; e seus filhos Giuseppe e Attilio Matarazzo, casados com Anna de Notaristefani dei Duchi di Vastogirardi e Adele dall'Aste Brandolini, respectivamente. Para que não ficasse mal perante a nobreza, em função de entes da alta nobreza italiana estarem casados com plebeus, as referidas famílias com que os filhos de Francesco Matarazzo estavam casados fizeram um lobby com o rei Vítor Emanuel III da Itália.
Após várias respostas negativas por parte do então rei da Itália, a Itália entra na Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Nesse cenário, o monarca italiano disse que dadas as circunstâncias, por se tratar do pai de consortes de membros da alta nobreza italiana, se Francesco Matarazzo doasse milhões de dólares estadunidenses ao Reino da Itália, o rei da Itália conferiria um título nobiliárquico ao mesmo. Após o envio de milhões de dólares estadunidenses e demais mercadorias, recebe do rei Vítor Emanuel III o título nobiliárquico de O Muito Honorável Conde Matarazzo, em 1917.
31)
Matarazzo morreu em 1937, após uma crise de uremia,
na condição de homem mais rico do país, com uma fortuna de 10 bilhões de dólares estadunidenses, sendo proprietário
de mais de 350 fábricas.
32)
O palacete é uma mansão
construída pelo conde Francisco Matarazzo Jr. para a ser a residência oficial
da sua família na Fazenda Amália situada em Santa Rosa de Viterbo na região de
Ribeirão Preto SP.
33)
Foi construída em 1931 nos moldes
dos casarões construídos na Avenida Paulista, em São Paulo, onde morou com o
pai, o conde Francesco Matarazzo.
34)
O conde ainda construíu uma
estrada particular para o acesso exclusivo da família e de suas visitas. A
entrada da estrada está no centro da cidade,abaixo da Praça Guido Maestrello
onde fica a igreja matriz.
Foi construído um portão monumental com dois leões um de cada lado do portão, e seu entorno foi criada a Praça Maria Pia, homenagem à filha caçula do conde.
Foi construído um portão monumental com dois leões um de cada lado do portão, e seu entorno foi criada a Praça Maria Pia, homenagem à filha caçula do conde.
35)
O palacete e seu entorno
permanece sob administração da família Matarazzo, algo em torno de 66,6
hectares.
36)
A Mansão Matarazzo foi um casarão da Avenida Paulista, em São Paulo, Brasil, construído em 1896 pelo
conde Francesco Matarazzo, imigrante italiano e patriarca dessa família. A mansão ocupava o número 1230 da Avenida Paulista, na esquina
com a Rua Pamplona.
37)
O palacete foi construído em estilo neoclássico, ocupando 4 400 metros quadrados de área construída,
implantado num terreno de doze mil metros quadrados de jardins. Contava com
dezenove quartos, dezessete salas, três adegas, refeitórios, uma cozinha com
azulejos até o teto e uma biblioteca repleta de livros raros.
A decoração interior do casarão era composta por móveis venezianos, portas florentinas, mesas chinesas, pratarias e porcelanas de diversas proveniências e quadros de elevado valor de Rubens, Brueghel e Canaletto. A encimar a fachada, estava o brasão dos Matarazzo, esculpido em mármore travertino. O palacete foi cenário de festas grandiosas, frequentadas pela alta sociedade paulistana.
A decoração interior do casarão era composta por móveis venezianos, portas florentinas, mesas chinesas, pratarias e porcelanas de diversas proveniências e quadros de elevado valor de Rubens, Brueghel e Canaletto. A encimar a fachada, estava o brasão dos Matarazzo, esculpido em mármore travertino. O palacete foi cenário de festas grandiosas, frequentadas pela alta sociedade paulistana.
38)
O palacete foi tombado em 1989 a
contra gosto da família, numa polêmica disputa judicial entre os Matarazzo e
a Prefeitura de São Paulo, à época dirigida pela prefeita Luiza Erundina, que pretendia
instalar no imóvel o Museu do Trabalhador.
A família, que exigia uma indenização milionária, ainda tentou implodir o imóvel de madrugada, com a explosão de uma bomba no porão do edifício. Embora a implosão não tenha tido éxito, a estrutura do casarão, embora tendo resistido às explosões, ficou comprometida.
O projeto do museu não foi adiante e, em 1994, a família conseguiu reverter o tombamento e reaver a mansão.
A família, que exigia uma indenização milionária, ainda tentou implodir o imóvel de madrugada, com a explosão de uma bomba no porão do edifício. Embora a implosão não tenha tido éxito, a estrutura do casarão, embora tendo resistido às explosões, ficou comprometida.
O projeto do museu não foi adiante e, em 1994, a família conseguiu reverter o tombamento e reaver a mansão.
39)
O processo de demolição começou em
1996, ano do centenário da mansão. O terreno foi vendido à Cyrela Commercial Properties e a uma empresa do grupo Camargo Corrêa por 125 milhões de reais, que nesse local
construiu o Shopping Cidade São
Paulo, inaugurado em abril desse ano.
Até 2011 existia no local um estacionamento. Em março desse ano foi dado alvará para o início das obras de construção de um novo shopping no local, não havendo mais nada tombado no terreno.
Até 2011 existia no local um estacionamento. Em março desse ano foi dado alvará para o início das obras de construção de um novo shopping no local, não havendo mais nada tombado no terreno.
40)
Quando o conde italiano Francesco
Matarazzo, então com 27 anos, desembarcou no Brasil em dezembro de 1881, uma
maré de azar parecia acompanhá-lo.
Logo no desembarque, ele viu naufragar as duas toneladas de banha de porco que havia trazido para iniciar uma atividade comercial no país. Na tentativa de conseguir sobreviver em solo estrangeiro, o imigrante optou por montar um armazém de secos e molhados em Sorocaba, no interior de São Paulo.
Logo no desembarque, ele viu naufragar as duas toneladas de banha de porco que havia trazido para iniciar uma atividade comercial no país. Na tentativa de conseguir sobreviver em solo estrangeiro, o imigrante optou por montar um armazém de secos e molhados em Sorocaba, no interior de São Paulo.
41)
Dois anos mais tarde, ele começou a
traçar sua trajetória de sucesso que marcou o sobrenome Matarazzo na história
do Brasil.
42)
Em 1883, criou a sua primeira fábrica
– uma prensa de madeira e um tacho de metal –, usados para a produção de banha
de porco.
43)
Naquela época, o café era o produto
mais importante da economia nacional, mas o conde optou por investir em outros
produtos essenciais à mesa do brasileiro.
45)
Naquela época, boa parte do produto
era importada dos Estados Unidos e vinha em barricas de madeira, que muitas
vezes deixavam o conteúdo estragar. A aposta deu certo.
46)
Essa foi a primeira das mais de 200
fábricas que compunham as Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo, que chegaram
a empregar mais de 30 mil pessoas.
47)
Os ramos da empresa também foram se
diversificando. No fim da primeira década do século passado, ele já havia se
consolidado como um dos empresários mais importantes nos ramos de alimentos,
tecidos e óleos.
49)
Seus investimentos foram
fundamentais para a vida de milhares de famílias e o desenvolvimento de
diferentes regiões.
50)
No Paraná, o conde italiano
estendeu seus tentáculos até as cidades de Antonina, no litoral, e Jaguariaíva,
no Norte do estado.
51)
Ainda hoje, as ruínas do império
Matarazzo fazem parte da arquitetura, cultura e recordação da população.
52)
Para preservar a memória viva que
marcou o início do século 20, o Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e
Artístico do Paraná irá elaborar um novo estudo para tombar todo o complexo
Matarazzo, localizado em Jaguariaíva.
53)
Segundo Rosina Parchen,
coordenadora do Patrimônio Estadual, não faz sentido tombar apenas a residência.
“O Conselho entendeu que se for para tombar, deve ser todo o patrimônio que
pertenceu ao empresário na cidade. Vamos fazer um novo estudo”, diz.
54)
De acordo com ela, o complexo é
um marco histórico-cultural. “Foi através desse empreendimento que a economia
do Norte do Paraná teve um grande impulso”, salienta.
55)
Em Antonina, o complexo
Matarazzo, onde funcionavam os moinhos de trigo, sal, açúcar e erva mate, além
do porto, passa por um processo de tombamento pelo Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O moinho, o porto, a escola e a
residência serão mantidos.
56)
Um dos sonhos antigos do conde
Francesco Matarazzo era construir um frigorífico na Região Sul do Brasil.
57)
Ao passar de trem por
Jaguariaíva, no Norte do estado, ele percebeu uma série de vantagens em
investir na cidade.
58)
Ponto estratégico por ter uma
estrada de ferro, centro criador de suínos e ser cortada pelo Rio Capivari.
59)
A sede da indústria na cidade
começou a ser edificada em 1918 e foi concluída dois anos mais tarde. No local
funcionou o frigorífico da família até o ano de 1964. Matarazzo também instalou
uma usina hidrelétrica própria para o funcionamento da empresa.
60)
Dificuldades econômicas obrigaram
a família a abandonar o Negócio. A partir daí a família transformou o local em
uma fábrica de tecelagem.
62)
No início da década seguinte,
todo o complexo industrial foi adquirido pela prefeitura do município.
63)
Os espaços internos e externos da
antiga fábrica vêm passando nos últimos três anos por ampla revitalização, com
remoção de entulhos e sucatas.
64)
O local abriga hoje uma escola
municipal, duas empresas privadas e órgãos da prefeitura – incluindo uma sala
de cinema para os alunos da rede pública.
65)
Construída em 1924, o palacete
onde residiu a família do conde hoje funciona como sede do Museu Histórico
Municipal Conde Francisco Matarazzo.
66)
Segundo Amanda Colodel, do Departamento
de Turismo da prefeitura, Jaguariaíva tinha, em 1900, cerca de 3,8 mil
habitantes.
Com o início das atividades do frigorífico Matarazzo, em 1920, a população chegou a 15 mil pessoas. Hoje, a cidade tem 32,6 mil moradores, segundo o Censo 2010.
Com o início das atividades do frigorífico Matarazzo, em 1920, a população chegou a 15 mil pessoas. Hoje, a cidade tem 32,6 mil moradores, segundo o Censo 2010.
67)
Em Antonina o investimento das
Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo significou um promissor período
econômico para a cidade.
68)
Durante a década de 1910 até
meados de 1960, o município teve sua economia arraigada nessas fábricas, que
hoje se encontram desativadas.
69)
Para conhecer mais sobre a
história do empresário Francesco Matarazzo no Brasil, uma dica são os livros
Matarazzo:
A Travessia e Colosso Brasileiro, de Ronaldo Costa Couto. Os livros foram publicados pela Editora Planeta, em 2004.
A Travessia e Colosso Brasileiro, de Ronaldo Costa Couto. Os livros foram publicados pela Editora Planeta, em 2004.
70)
Grande parte da população de
Jaguariaíva manifesta interesse em manter todo o espaço pertencente à família
Matarazzo preservado.
71)
Para Eder Marrafom Toledo, de 27
anos, o conde foi o grande responsável para o desenvolvimento da cidade. “Sem
ele, o município não teria as mínimas condições de crescer.
72)
Essas construções merecem ser
preservadas para as outras gerações saberem como foi o crescimento da cidade”,
ressalta.
Já Ederaldo Luiz Sene, de 43 anos, se indaga por que até hoje o espaço não foi tombado. “Isso deveria ter acontecido faz tempo”, destaca.
Já Ederaldo Luiz Sene, de 43 anos, se indaga por que até hoje o espaço não foi tombado. “Isso deveria ter acontecido faz tempo”, destaca.
73)
Mário Fagundes, de 30 anos,
salienta que o espaço se tornou um símbolo da cidade. “Não tem nem o que
pensar. É essencial realizar o tombamento para manter a história ainda viva.
Uma cidade sem história não é nada”, afirma.
74)
Os negócios de Francesco prosseguiram mesmo com a sua
morte, em 1937, aos 83 anos. O filho Francesco Júnior assumiu as rédeas da
empresa. “Mas os herdeiros acabaram atuando de forma não profissional”, diz o
historiador José La Pastina Filho.
75)
Com
o crescimento das vendas de banha de porco, Francesco Matarazzo decidiu traçar voos
mais altos. Ele começou a investir em um moinho de farinha, em São Paulo.
Para produzir os sacos que embalavam o produto, Matarazzo adquiriu máquinas de tecelagem. Com elas, iniciou a produção de tecidos. As sementes do algodão que comprava para a tecelagem eram beneficiadas e delas o empresário extraía óleo. Com o subproduto dele, produzia sabão. Para comercializá-lo, passou a fazer embalagens específicas. Por isso, criou serrarias e uma metalúrgica.
Para produzir os sacos que embalavam o produto, Matarazzo adquiriu máquinas de tecelagem. Com elas, iniciou a produção de tecidos. As sementes do algodão que comprava para a tecelagem eram beneficiadas e delas o empresário extraía óleo. Com o subproduto dele, produzia sabão. Para comercializá-lo, passou a fazer embalagens específicas. Por isso, criou serrarias e uma metalúrgica.
76)
nte, Francesco Matarazzo tornou-se sinônimo de homem rico e
um exemplo do “imigrante que deu certo”.
77)
Os produtos das Indústrias Reunidas Francesco Matarazzo
(IRFM) eram praticamente onipresentes no dia a dia dos brasileiros.
78)
Seu conglomerado, nos anos 1930, só faturava menos que o
Governo Federal, o Departamento Nacional do Café e o estado de São Paulo.
79)
O empresário foi um dos homens mais ricos da América do Sul
na sua época e, quando morreu, tinha um patrimônio estipulado em 20 bilhões de
dólares se os valores fossem corrigidos para os padrões atuais.
82)
Graças a sua grande habilidade, teve sucesso ainda muito
jovem e conseguiu enriquecer rapidamente.
83)
É conhecido no mundo inteiro e, apesar de ter morado anos na
Europa, nunca negou seu amor pelo Brasil.
84)
Poderíamos estar falando do centroavante Ronaldo, o
“fenômeno”, certo? Sim. Mas a mesma descrição serve também a outro homem
ilustre: Francesco Matarazzo.
87)
A partir de um pequeno capital inicial, ele acumulou um
patrimônio que em valores atuais passaria de 20 bilhões de dólares e o
colocaria confortavelmente entre os dez homens mais ricos do mundo, brigando
pela sétima posição (na célebre lista de milionários da revista Forbes.
88)
Apesar de ser um dos homens mais
poderosos de sua época, Matarazzo era simpático e relativamente simples. Não
era dado a grandes ostentações, ao contrário de alguns de seus descendentes,
conhecidos como esbanjadores.
89)
Em 1924, em Nápoles, o conde deu
provas disso ao encomendar um terno na sua alfaiataria preferida. O alfaiate
estranhou, dizendo que um filho do industrial havia passado lá mais cedo e
mandado fazer não um, mas seis trajes. Matarazzo não titubeou: “Ele tem pai
rico, eu não”.
90)
Ao morrer, o empresário deixou a
viúva Filomena, 11 filhos e mais de 30 netos e de dez bisnetos. A imensa
família do patriarca é parte da explicação de como um complexo industrial dos
maiores já vistos no mundo pôde desaparecer.
92) O sobrenome familiar, de origem
greco-sarracena, significa “rocha forte”, e o jovem Francesco fazia jus a ele:
era musculoso e alto.
93)
A calvície prematura o fez optar
por raspar os cabelos. Desde o século 14, os Matarazzo viviam na pequena
Castellabate, a cerca de 200 quilômetros de Nápoles, às margens do
Mediterrâneo. Eram uma família tradicional da cidade, mas sem grande
patrimônio.
94)
A unificação da Itália, entre
1861 e 1870, foi o estopim para a emigração em massa dos italianos. A política
do governo central incluía substituir a agricultura familiar pela produção em
larga escala. Privados de seu modo de vida tradicional, camponeses partiram
para buscar trabalho em países como o Brasil. Algumas comunidades foram
literalmente partidas ao meio: estima-se que, por volta de 1900, havia 3 mil
castellabatenses vivendo na Itália e outro tanto morando em São Paulo.
95)
Alguns poucos homens de negócio
também emigraram para fugir da crise. Como Matarazzo. Ao chegar ao Brasil, aos
27 anos, acompanhado de sua companheira Filomena e de dois filhos, ele já tinha
uma década de experiência no comércio.
96)
Além disso, trazia consigo
economias equivalentes a algo entre 30 mil e 50 mil dólares, em valores atuais
– não se fundamenta, portanto, a versão de que Matarazzo teria chegado pobre ao
Brasil. Mas o jovem comerciante perdeu boa parte de seu patrimônio logo ao
aportar aqui, em dezembro de 1881.
97)
Em pouco tempo, a principal
atividade do comerciante passou a ser percorrer o interior paulista em lombo de
mula, negociando a compra de porcos e a venda da banha.
98)
O sucesso inicial permitiu que a mãe e alguns dos irmãos de
Matarazzo também viessem viver no Brasil.
99)
Há quem diga que Matarazzo chegou a ter mais de 365 fábricas,
podendo visitar uma diferente a cada dia do ano.
100)
Matarazzo morreu em 10 de dezembro de 1937, após uma crise de uremia, na condição
de homem mais rico do país, o italiano mais rico do mundo, com uma fortuna de
20 bilhões de dólares, tendo a quinta maior fortuna do planeta na ocasião da
morte, possivelmente sendo proprietário de 365 fábricas.
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