DIOCLECIANO
1) Caio Aurélio Valério Diócles Diocleciano (Caius Aurelius Valerius Diocles Diocletianus) foi um imperador romano.
1) Caio Aurélio Valério Diócles Diocleciano (Caius Aurelius Valerius Diocles Diocletianus) foi um imperador romano.
2)
Seus dados de nascimento são incertos, mas o provável é que
ele teria nascido em Salona no dia 22 de
dezembro de 243 a 245.
4)
Filho de pai escriba e ex-escravo, foi comandante da escolta imperial (domésticos regens) antes de ascender
ao poder, o que ocorreu após a morte do imperador Caro e seu
filho Numeriano numa incursão em
território persa, tendo sido
proclamado pelo exército
romano.
5)
Existe uma insuficiência de fontes ou informações a respeito
da vida anterior a sua ascensão que é característica daquele momento. Seu
reinando, entretanto, é bem documentado, tanto pelos editos e leis como por
edifícios construídos.
6)
O imperador teve
participação em várias batalhas para manter seu poder e a unidade do Império Romano, dentre elas a
batalha do rio Margo em 285, na qual o último candidato ao trono, Carino, foi morto pelas
próprias tropas.
7)
Além disso, aplicou diversas reformas administrativas e
econômicas durante seu reinado, sendo a primeira a nomeação de Maximiano entre os anos
285 e 286, que mais tarde culminaria na formação da tetrarquia com a nomeação
de dois Césares (Galério e Constâncio) em 293.
8)
Uma assembleia com militares e oficiais foi convocada por
Diocleciano no ano 305 para que ele renunciasse por estar velho e doente
demais. Sua morte também é uma incerteza; os anos estipulados são 311 e 312.
9)
A ascensão de Diocleciano ao poder se tornou possível com a
morte de Caro e dos
possíveis herdeiros do trono, principalmente os filhos desse imperador, Carino e Numeriano.
10)
Entre a morte de Caro, no verão de
283, e a proclamação de Diocleciano, o qual era comandante da escolta
imperial (domesticos regens) até então, como imperador, diversos eventos
relativos à detenção do poder imperial se desenrolaram.
11)
A morte de Caro ocorre depois
da captura de Ctesifonte, numa incursão em
território persa, e o relatório oficial alega que ele tenha sido morto por um
relâmpago, mas acredita-se que isso seja uma tentativa de esconder uma morte
comum, por doença ou pela mão de rivais, por exemplo.
12)
O assassinato de Numeriano, que já havia sido
nomeado César por seu
pai, ocorre no início de novembro de 284 pelas mãos de Aper, seu
sogro e prefeito
pretoriano, o qual era responsável, junto com seu genro e a corte
imperial, pela administração do leste do império, eliminando o
primeiro dos possíveis sucessores de Caro.
13)
Foi com a descoberta desse assassinato que o oficial da
guarda Diocleciano foi escolhido para conduzir o exército
romano.
14)
Já no início de 285, há o assassinato de outro pretendente ao
trono: Juliano, morto por Carino em Verona.
15)
O último, Carino, foi morto antes mesmo
de maio por suas próprias tropas na batalha do rio Margus, na Moésia, contra Diocleciano.
16)
O imperador empreendeu diversas reformas administrativas, as
quais devem ser entendidas no seu contexto histórico, que tem sido reconstruído
sob diversas perspectivas pelos diferentes pesquisadores da área.
17)
Por longo tempo muitos estudiosos do Alto Império Romano
costumeiramente identificaram a dinastia dos Antoninos como o ápice
do sistema político imperial.
18)
Essa proposição levou a interpretação de que os governos que
se seguiram contribuíram fortemente para a instauração de uma crise ou período
de decadência do Império.
19)
Nesse sentido, a dinastia dos Severos, por terem sucedido
os Antoninos, foi reiteradas
vezes tida como responsável pelas várias crises que ocorreram na passagem
do Século
II para
o Século
III.
20)
O fim da dinastia severiana levou a historiografia a
classificar como “Anarquia Militar”, “Crise
do terceiro século” ou “Período dos Imperadores – Soldados” o período em que
vários governos após a dinastia severiana entre 235 e 284 d.C.
21)
A dinastia severiana, devido a sua ligação com elementos
militares para a manutenção de seu poder, é muitas vezes vista pela
historiografia como os responsáveis pela criação de uma “Monarquia
Militar” na passagem do século III para o IV d.C.
22)
Esse seria o momento em que a crise, que marcaria os governos
do Século
VI d.C., teria tido início. Nesse sentido, os Severos, por se
preocuparem apenas com o apoio dos soldados, teriam se afastado da positiva
forma de governo adotada pelos Antoninos, que preocupavam-se em conseguir apoio
junto a outras camadas da sociedade.
23)
Dessa forma, os governos posteriores ao assassinato de Caracala, último imperador da
dinastia severiana, são apresentados como governos marcados por sérias
dificuldades, como o aumento da inflação, a impossibilidade de manutenção da
segurança nas fronteiras e descontentamento das legiões.
24)
Em 235 d.C., Maximino, ao proclamar-se imperador após assassinar Severo
Alexandre e sua mãe, inicia o período conhecido como Crise do Século III
, que se estendeu até 284 d.C., quando Diocleciano chegou ao poder.
25)
Essa imagem de crise e decadência instaurada no século III
vem sendo reiteradas vezes contestada pelos estudos mais recentes sobre o
período.
26)
Os historiadores que defendem a tese da não crise apresentam
dois motivos principais para a não existência dela o primeiro deles é que,
apesar das mudanças estruturais ocorridas ao longo desse período, manteve-se um
sistema político-econômico estável ao longo de todo o Império e, depois, a
ideia de crise não era um consenso entre os habitantes das diferentes regiões
do vasto império.
27)
Existem evidências que entre os séculos II e IV fatores como
poder imperial, cultura literária da elite e os modos de vida no interno das
cidades e áreas rurais, permanecerem inabaláveis.
28)
O sistema imperial como um todo não foi perturbado, apesar
das turbulências político-militares. Por outro lado, os problemas
com exército, inflação, política e até mesmo a substituição da mão de obra
escrava também ocorreram nos séculos II e IV, por isso a ideia de crise
não poderia ser restrita apenas ao século III, ela foi característica de um
longo período.
29)
A ideia de crise também não era um consenso na época, visto
que a maior parte da população não tinha essa noção, sendo algo mais restrito
aos políticos, soldados e pessoas que vivam nas áreas de fronteiras, onde ocorreram
diversas invasões.
30)
Um modelo histórico tão geral não tem como dar conta de
explicar toda a complexidade e as situações individuais que marcaram um Império
tão vasto como o romano. Outro ponto que corrobora esse argumento é o fato de
que algumas regiões do Império, como a província do Egito e outras regiões do
norte da África, apresentaram crescimento econômico e não teriam sido afetadas
pelas ameaças militares.
31)
O Dominato ou o Baixo
Império Romano é uma forma de governo que se inicia, grosso modo, com a
ascensão de Diocleciano, em 284 d.C, se estendendo até a deposição de Rômulo Augusto, em 476.
32)
É caracterizado como responsável pelo restabelecimento da
ordem, na qual o Estado romano com a intenção de manter a unidade imperial
realizou uma série de medidas, empreendendo amplas reformas no setor público,
como as instituídas por Diocleciano e Constantino, criadores dessa
forma de governo.
33)
Diocleciano reorganizou a administração imperial com a
criação da Tetrarquia, sistema de governo
baseado na divisão administrativa entre quatro titulares, melhorando a gestão e
a defesa do território romano a fim de manter a unidade imperial.
34)
Na administração pública, a institucionalização do Dominato levou a uma forte
burocratização do aparato administrativo, devido a hierarquização e
especialização de funções e cargos pela separação de tarefas e delimitação de
competências dos funcionários públicos.
35)
Ideologicamente, o Dominato é marcado pela
aproximação mítico-religiosa feita pelos imperadores, de forma que tudo que os
cercava era tido como sagrado, afirmando o direito divino dos soberanos e
reforçando a influência oriental, helenística e persa, principalmente.
36)
Diocleciano e Maximiano, por exemplo, eram
investidos, respectivamente, pelos Jóvio, ou Júpiter, e Hercúlio,
remetendo-os a uma origem divina.
37)
Para restaurar a ordem, os imperadores tiveram que se valer
de discursos que realçavam seus atributos heroicos que, quando inseridos no
contexto pós Anarquia Militar e aliados ao ritual de divinização do imperador,
encontravam na justificativa teológica, ou seja, na pressuposição de que o
imperador governa por um direito dado pelos deuses, a explicação para
constituição do poder em torno Dominus, ou senhor.
38)
O Dominato foi marcado pelo
estigma do declínio, da queda, da ruína ou do esgotamento do Império Romano.
39)
Com isso, é bastante comum a interpretação de que o Império
Romano, nessa época, encontrava sérios problemas para a manutenção política,
econômica e cultural com o avanço da inflação, invasões e a constante
rotatividade de Imperadores.
40)
A dificuldade de análise do Dominato levou a formação
de três propostas principais para o entendimento do período.
41)
A primeira proposta aborda uma explicação de caráter
político, que atribui valor negativo ao Estado no Baixo Império, utilizando
como base o argumento de que o poder imperial não teria entrado em sintonia com
os anseios da sociedade do seu tempo.
42)
Dentro dessa perspectiva, muitos autores afirmam que o
aumento da fiscalização, da burocracia e do exército, a fim de manter a unidade
imperial, culminou na derrocada do Império.
43)
Dessa forma, o Estado Romano teria se afastado de
características tidas como essenciais, como o ideal de cidadania, a
centralidade do Senado e as tradições pagãs.
44)
A segunda proposta insere-se nas explicações de caráter
materialista, que usam como base o argumento de que as transformações na
estrutura político-ideológica do Baixo Império estão ligadas ao modo de
produção escravista, que entrou em declínio após o encerramento das fronteiras
imperiais depois de Trajano, impossibilitando a
manutenção do sistema econômico devido a escassez de mão-de-obra.
45)
Por fim, dentro da terceira proposta estão os autores que
adotam uma interpretação de caráter culturalista do final do Mundo Antigo,
enfatizando o conceito de Antiguidade
Tardia. O conceito é a reinterpretação sob uma nova perspectiva
daquilo que convencionalmente chamou-se de “decadência” do Império Romano,
evidenciando acontecimentos e/ou aspectos da sociedade romana que, até então,
eram tratados como secundários ou não relevantes, como por exemplo, as
vestimentas e as transformações arquitetônicas, manifestações que contribuíram
com as mudanças políticas e econômicas do império.
46)
A Diarquia é um sistema de
governo pautado na divisão administrativa entre dois titulares. No governo de
Diocleciano, a Diarquia se
inicia no momento da nomeação de Maximiano ao posto
de César.
47)
Entre os anos de 285 e 286, Diocleciano inicia uma série de
reformas que visam restauração da ordem no Império Romano.
Ocorre, inicialmente, a instalação da Diarquia e posteriormente, Diocleciano adota algumas medidas como a reformulação da anona (imposto sobre a produção agrícola); fortalecimento dos curiales; e fixação dos agricultores às suas terras, sem que tivessem o direito de se retirar delas, apenas podendo transmiti-las aos seus descendentes.
Essas medidas acabaram por levantar questões sobre o excesso de arbitrariedade de Diocleciano, pois instituíam um sistema de classes viabilizando o imobilismo da estrutura econômica do Império. Não demorou muito para que a Diarquia fosse ampliada para a Tetrarquia, a partir da nomeação de Maximiano a Augusto e a eleição de Galério e Constâncio Cloro como Césares.
Ocorre, inicialmente, a instalação da Diarquia e posteriormente, Diocleciano adota algumas medidas como a reformulação da anona (imposto sobre a produção agrícola); fortalecimento dos curiales; e fixação dos agricultores às suas terras, sem que tivessem o direito de se retirar delas, apenas podendo transmiti-las aos seus descendentes.
Essas medidas acabaram por levantar questões sobre o excesso de arbitrariedade de Diocleciano, pois instituíam um sistema de classes viabilizando o imobilismo da estrutura econômica do Império. Não demorou muito para que a Diarquia fosse ampliada para a Tetrarquia, a partir da nomeação de Maximiano a Augusto e a eleição de Galério e Constâncio Cloro como Césares.
48)
A Tetrarquia foi um sistema de governo baseado na divisão
administrativa imperial entre quatro titulares, marcado pela adoção de amplas
reformas no setor público as quais, visavam a restauração e reorganização do
Estado e a manutenção do exército, não obstante, dentro da Tetrarquia ocorre a
aproximação mítico-religiosa com o sistema imperial, consagrando a autoridade
do Augusto sênior.
49)
A vitória militar de Maximiano sobre os
rebeldes bagaudas levou, Diocleciano a investi-lo com o título de Augusto a fim de
evitar que Maximiano se tornasse um
usurpador em potencial. Galério e Constâncio
Cloro foram eleitos a César após se
casarem com as filhas de Diocleciano e Maximiano, respectivamente.
50)
Dessa forma, era constituída uma aliança política através da
aliança familiar, composta por dois Augustos e dois Césares, num sistema que se
convencionou chamar de Tetrarquia. Dentro desse
sistema a defesa e a administração do império foi dividida entre cada um dos quatro
membros, de forma que cada membro possuía sua própria capital.
51)
Grécia e as pelas
províncias danubianas, Maximiano pela Itália e
a África e Constâncio pelas províncias ocidentais e Alpes Gálicos, sendo que a
unidade do colégio imperial era mantida por Diocleciano, enquanto Augusto
sênior que se intitulou de Jóvio, ou Júpter, comparando-se às
próprias divindades, legitimando seu poder a partir da justificativa teológica
que consistia segundo os pagãos, a uma assistência prestada pelos deuses aos
imperadores, garantindo na terra a reprodução da ordem divina.
52)
A criação da Tetrarquia em conjunto
com outras medidas adotadas no período levou a um processo de burocratização da
administração pública, pela separação e especialização dos cargos e tarefas
administrativas, se estendendo também às reformas realizadas no exército como a
separação das carreiras civil e militar e o crescente aumento do seu efetivo.
53)
Quando Diocleciano assumiu o poder como imperador, junto ele assumiu
todos os problemas econômicos do império, então durante seu governo ele tomou
várias medidas para estabilizar a economia.
54)
Dentre estas medidas estão à reforma feita na cobrança de
impostos e a maneira como eles seriam cobrados, que contava com um censo para
saber com quanto cada cidadão poderia contribuir. Também fez uma mudança
na cunhagem das moedas, organizou a sua
produção para tentar resolver a instabilidade da economia e dar novamente valor
para as moedas do império.
Além destas, houve também a emissão do Edito de Preço Máximo, que estabelecia um preço máximo e fixo para todos os produtos, na intenção de estabilizar a inflação.
Além destas, houve também a emissão do Edito de Preço Máximo, que estabelecia um preço máximo e fixo para todos os produtos, na intenção de estabilizar a inflação.
55)
O Edito
Máximo foi um decreto baixado pelo imperador romano Diocleciano, em 301,
durante o Baixo Império. Tal medida visava à fixação de preços
máximos para as mercadorias e salários, sendo os infratores condenados à morte.
A causa do decreto foi a desvalorização da moeda local, o denário,
em vista da carência de ouro para a sua confecção.
56)
O Império Romano vinha de uma
falta de organização na taxação dos produtos e cobrança dos impostos, além de
receber o império já com uma inflação muito alta e com a sua moeda valendo muito
pouco. Pensando nisso, Diocleciano decidiu fazer algumas alterações no sistema
de impostos, que nesta época eram necessários não somente para o uso geral do
império, como também para cobrir os custos e gastos com o contingente
militar de Diocleciano.
57)
Ele enviou então agentes para analisar todos os produtos e a
quantidade que cada cidadão produzia, para
com isso fazer um recenseamento e assim saber quanto cada um produzia e com
quanto cada um poderia ajudar. Esta avaliação era feita através de uma análise
de bens (caput) e da terra (iuga), no qual o preço a ser pago
dependeria do tamanho da terra, dos animais, da quantidade de trabalhadores que
ali exerciam sua função.
58)
Mas mais um problema precisava ser solucionado para que este
novo método de impostos funcionasse, o modo de pagamento. Como a moeda
romana vinha passando por uma grande desvalorização,
Diocleciano decidiu a forma de pagamento dos impostos, que não seriam mais
feitos com dinheiro, mas com produtos. Uma lista das necessidades era gerada e
cada cidadão pagaria com o que poderia e com a quantia que lhe cabia, dependendo
do resultado do recenseamento.
59)
Outra reforma de Diocleciano dizia respeito à proibição de
abandono por parte dos colonos agricultores e arrendatários das terras que
cultivavam. Os trabalhadores urbanos também deveriam passar seus ensinamentos
para seus filhos, mantendo assim uma estabilização na demanda e produção.
60)
As moedas do império
chegaram ao comando de Diocleciano valendo muito pouco. Então Diocleciano fez uma
reforma nas moedas e suas formas
de cunhagem. Em 294, ele
reorganizou as casas de cunhagens romanas, que na época eram muitas e
espalhadas por várias províncias, o que dificultava
ainda mais o processo de fiscalização.
61)
Criou então algumas casas principais, nas principais cidades
do império para que se tivesse um padrão de qualidade nas moedas. Ele inseriu
então três moedas as de ouro (áureo), serviam para
realizar apenas os pagamentos militares, as moedas de prata (argento) e as moedas de
bronze (denário) que seriam usadas para
as transações menores e corriqueiras.
62)
Essas moedas foram implantadas não somente para revigorar a
economia romana, mas também traziam em seu corpo desenhos que representavam a
riqueza do império e também ajudavam na construção da imagem de legitimidade do
imperador.
63)
Muitas dessas moedas cunhadas possuíam imagens de Diocleciano
de um lado e de Júpiter do outro ou
então Maximiano e Hércules. Essas associações
divinas representavam a aprovação divina e além de legitimar
o poder tanto de Diocleciano quanto de Maximiano contribuiu
para que durante grande parte da Tetrarquia fossem
considerados filhos desses deuses.
64)
O Império Romano passava por
uma grande inflação devido a total desvalorização das moedas
locais, para isso junto com a reorganização das casas de cunhagem, Diocleciano lançou
um Edito para tentar contornar esta situação. Um edito era a maneira com a qual
o imperador fazia para se comunicar com todo o resto da população, dando avisos
e ditando leis, estas ficavam
geralmente expostas em lojas e centros de mercados, onde a maioria das pessoas
teria acesso para ler.
65)
O Edito Máximo tinha como premissa fixar o preço máximo que
um produto poderia ser vendido. Se algum comerciante, vendedor ou produtor
quisesse vender seus produtos por um preço menor, nada o impediria disso, ele
estava apenas não poderia vender seus produtos por preços maiores que os
ditados pelo edito.
66)
Caso alguém vendesse por preços maiores que os propostos,
seria condenado a pena capital, a mesma atribuída
para crimes como o estupro de uma Vestal e traição.
67)
Um dos produtos incluídos dentro do edito foi a seda de cor
púrpura. A única pessoa capaz de obter esse tipo de mercadoria seria o
próprio imperador. Com base nisso
muitos estudiosos tendem a acreditar que esse ato serviria para mostrar para a
população que o imperador seguiria os mesmos padrões dos demais habitantes do
império.
68)
Porém, sua única função não foi estabilizar a economia romana, mas também para confirmar o poder e controle de
Diocleciano sobre a economia.
70)
Para isso, na introdução escrita por ele mesmo para o
edito alega que muitas outras vezes na história do império, outros imperadores
já haviam usado editos para tentar resolver questões pertinentes.
71)
Além disso, Diocleciano alega ao povo que a culpa
estava nos mercadores que por causa da ganância, causaram este grande problema.
73)
Pelo fato de não se ter encontrado evidências sobre o
edito no lado Ocidental do Império, muitos pesquisadores acreditam que ele tenha sido
promulgado somente para o Império Oriental.
74)
Mas é necessário levar em conta que as cartas, editos
e/ou mensagens demoravam muito tempo para chegarem de um lado do império até o
outro. Outro fator que deve ser considerado é o fato que em 303 d.C., dois anos
após a emissão do Edito Máximo.
75)
Diocleciano promulgou também o Edito Contra os
Cristãos, que fez com que Diocleciano tivesse sua atenção voltada muito mais
para os cristãos, dando assim muito mais importância para a perseguição a eles.
76)
Desde o século I, os cristãos praticavam sua religião no
território romano, mas não reconheciam a divindade do imperador, logo, foram
considerados praticantes de uma religião transgressora, que desconsiderava a
moralidade.
77)
O cristianismo estava disseminado pelo Império Romano,
exercendo sua religião ilícita e tomando espaço entre os romanos, implicando
nas medidas persecutórias (éditos) de Diocleciano para restaurar a pureza moral
do Império Romano, o respeito às leis romanas que promoveriam a indulgência
divina e a credibilidade na divindade do Imperador.
78)
Os primeiros éditos persecutórios - promulgados em 303 -
removeram cristãos de cargos públicos e destruíram igrejas, mas o que mais
temiam os cristãos era o dies
traditionis, que consistia no dia da entrega das escrituras bíblicas ao
império, para que estas fossem queimadas.
79)
O medo se caracterizava, pois acreditava-se na perda do poder
sacramental que esses elementos continham. Os próximos éditos lançados até
304, tornavam a vida e o culto cristãos cada vez mais árduos, pois estabeleciam
medidas como detenção de líderes eclesiásticos e a obrigatoriedade do
sacrifício aos deuses pagãos sob pena de execução. Diferindo do tetrarca Galério, Diocleciano não era
favorável ao assassínio, porém houve esse apelo no quarto édito.
80)
A diligência era liderada geralmente por um curador, um
delegado da autoridade imperial, que durante o governo de Diocleciano ganhou o
poder para administrar a finança e a polícia da cidade. Estes curadores eram
auxiliados pelos officium
publicum (secretários, escrivães, arquivistas) para cumprir as
demandas fiscais contra os cristãos, e para isso, acredita-se que usavam de
trabalhadores braçais para o transporte dos bens adquiridos das igrejas.
81)
Após a abdicação de Diocleciano e Maximiano, em 305, a
perseguição não se manteve no império ocidental. No oriente, em 311 d.C, Galério, enfermo, promulgou sua
retratação, permitindo os cristãos a retomarem sua religião e seus lugares de
culto. Galério ainda
pediu que rezassem pela saúde dos imperadores e da res publica.
82)
O Edito
de Galério, em 311, cessou oficialmente a perseguição, tornou o Deus
dos cristãos umas da divindades patrona do Império e ajudou na consolidação das
relações do cristianismo com o poder imperial. Entretanto, a perseguição no oriente
se manteve sob a jurisdição de Maximino Daia, um César
sobrinho de Galério.
83)
Desde meados dos século III, as ações persecutórias
financiadas pelo poderio imperial romano podem ser compreendidas como globais.
84)
Por meio de éditos imperiais, buscava-se a legislação sobre
uma unidade normativa de culto que tinha por objetivo manter a pax deorum (“paz dos deuses”).
85)
Além da vitória contra Carino na batalha do rio
Margo no início de 285, outras batalhas foram travadas antecedendo
formação da diarquia.
Dentre essas, destacam-se as ações de Maximiano na Gália contra os
bagaudas, bandoleiros rurais descontentes com a tributação pesada, em 285 e as ações
contra as invasões feitas por coalizões tribais (incluindo burgúndios/alamanos e caibões/hérulos) através do Reno entre 287 e
288. A visão
de Eutrópio, segundo a qual Maximiano não teve
problemas em controlar as revoltas desse campesinato, é questionada pelos
pesquisadores. Há também a incursão de Maximiano atravessando
o Reno em direção a
Alemanha após a inauguração de seu consulado na cidade
de Tréveris ser interrompida
por ataques bárbaros em 287, essa
já posterior a sua nomeação, e as campanhas de Diocleciano contra os Sármatas em 285.
86)
Ao auxiliar, em 287, o rei persa Vararanes II, neto
de Sapor I, o qual passava
por problemas internos causados pela revolta de seu irmão Hormisda, Diocleciano foi capaz de restaurar o trono da Armênia ao cliente
romano Tirídates III e,
possivelmente, a Mesopotâmia, que havia sido
cedida por Roma. Isso faz com que,
em 290, Diocleciano reclame o título de Pérsico Máximo para si. É possível que
ele tenha fortificado Circésio nessa ocasião para fortalecer as defesas
de Romacontra o perigo persa
na Síria. Fortificações
também foram feitas em 288 no Egito, em Hieracômpolis. Ainda em 288,
Diocleciano retorna ao Ocidente e protagoniza uma campanha na Récia, após a qual se encontrou
com Maximiano, que parte para a
fronteira do Danúbio para lutar
contra os Sármatas em 289. As
últimas campanhas de Diocleciano antes da formação da tetrarquia ocorrem em 290
contra os Sarracenos na Síria.
87)
Após a nomeação dos Césares e a formação
da tetrarquia em 293,
Diocleciano e Galério partem para Bizâncio ainda no
começo do ano, durante a primavera. Entre o final de 293 e o começo de 294, o
imperador retorna a Sirmio e obtém uma vitória
contra os Sármatas nas
planícies húngaras, obtendo o título
de Sarmático Máximo. Enquanto isso, Galério se encontra
no Egito devido a uma
revolta na região de Coptos, conflito resolvido com sucesso por ele. Diocleciano,
em 295 ou 296, desce o Danúbio numa
importante campanha contra os Carpos, resultando numa
grande migração de tribais para dentro da Panônia.
88)
Ao deixar a Gália no inverno de
285 e se dirigir a Milão, Maximiano delegou a um
de seus oficiais, Caráusio, um comando naval
baseado em Bolonha para que
lidasse com piratas francos e saxões na costa gaulesa, mas desconfiando
do enriquecimento suspeito dele, ordenou sua execução, provocando uma reação
maior ainda. Em 286, Britânia e Gália declaram seu
apoio a ele, dando início à Revolta
Carausiana.
89)
Maximiano provavelmente
já tinha começado a construção de uma frota para lidar a revolta em 287 e
delegado a seus subordinados que lidassem com os francos no estuário
do Reno, o que levou à
restauração do reinado do franco Genobudes na região de Tréveris. Entre esses
subordinados, a principal figura era Flávio
Constâncio, que havia servido como tribuno militar e governador da
Dalmácia. Ele seria, posteriormente, um dos tetrarcas responsável
pelo Império
Romano.
90)
Caráusio passa a se
denominar cônsul a partir de
287 e investe na cunhagem como instrumento de legitimação, reclamando a
lealdade dos legionáriosbritânicos e
eventualmente afirmando colegialidade com os imperadores legítimos,
reivindicação essa que nunca foi reconhecida. Em 280 ou 290, há uma tentativa
falha de Maximiano em pôr fim
à Revolta
de Caráusio, mas Constâncio deu início, em
293, a ações para resolver esse problema. Seu primeiro passo foi sitiar Bolonha, a qual Caráusio ainda controlava,
construindo um porto que impedisse os sitiados de fugir pelo mar e também de
receber auxílio da frota de Caráusio. Bolonha caiu
facilmente perante Constâncio, que começou a
construção de uma frota para invadir a Britânia.
91)
O segundo comandante de Caráusio, Aleto, possivelmente
após Constâncio tentar invadir
a Britânia pela primeira
vez, tira sua vida e segue com o controle da Britânia até as ser
surpreendido por duas ofensivas frentes navais, sendo a que partiu de Bolonha comandada
por Constâncio e a que partiu
da foz do Senacomandada por Júlio
Asclepiodoto, o prefeito pretoriano. A morte de Aleto marcou o fim
da revolta e teve ação decisiva de Asclepiodoto. É possível que Constâncio
tenha sido forçado a voltar à Gália por uma
tempestade temporariamente e só tenha alcançado a Britânia quando a
principal batalha já estivesse terminada.
92)
O conflito persa, iniciado em 296 com a ascensão do rei
persa Narses em 294, será o principal evento na parte
oriental do Império Romano no período.
Essa guerra, apesar da falta de detalhes conhecidos pelos historiadores, foi
empreendida, segundo narra Eutrópio, em duas campanhas, das quais a primeira foi perdida
por Galério nas
proximidades de Calínico, obrigando-o a se retirar para a Antioquia. Enquanto isso,
Maximiano, após uma esperada vitória na Britânia, saía em campanha
pela Espanha em seu caminho para a África, onde era
necessário para conter a rebelião das tribos mouras Quinquegentianos.
A guerra contra os persas é retomada com a chegada de Diocleciano e reforços em
297 / 298.
93)
Galério estabeleceu
uma base em Satala, na Armênia, e foi capaz de
derrotar Narses. O César avançou para
a Média e Adiabena, dominou Nísibis e seguiu
para Ctesifonte,
que foi capturado. Em 299, um tratado de paz com os persas foi concluído.
A Armênia foi anexada ao
território romano e Roma tomou o
direito de indicar o rei da Ibéria, além de deter o controle sobre territórios
entre o Tigre e a Armênia.
94)
Diocleciano cessa seu envolvimento no conflito com os persas
no início de 298 e se dirige ao Egito para lidar com
uma revolta que estourou em 297 liderada por um usurpador nomeado Domício Domiciano, a qual durou oito meses e fez parecer com que a
província já não estivesse mais sob o controle romano. A situação é resolvida
com o cerco e captura de Alexandria.
95)
Então, Diocleciano se afasta do litoral, visitando a
fronteira sul do Egito e fortificando
a ilha de Filas. Ainda em 298, ele
retorna a Nísibis e, posteriormente,
à Antioquia,
em 299. Ao retornar à Alexandria, em 302, o
imperador ordena a execução de líderes maniqueístas, a queima de seus
livros, a execução de seus fiéis e a desapropriação de suas terras. As últimas
campanhas durante governo de Diocleciano foram aquelas de Galério contra os Sármatas (302), Carpos (303) e Pictos (305).
96)
No que se refere a abdicação de Diocleciano, os
registros dos meses restantes da Tetrarquia vêm
sendo questionados devido a inclusão de um diálogo literal entre Galério e
Diocleciano, feito por Lactâncio,
no qual o César Galério coloca
pressão para que Diocleciano se retire do poder. Segundo Lactâncio, cujos
registros são a principal fonte, Diocleciano foi do Oeste para Roma, em 20 de
Novembro de 303, para comemorar o aniversário de vinte anos de governo (vicenália).
97)
Na mesma ocasião foi comemorado o vigésimo ano
(decenália) de reunião dos Césares, na qual Maximiano também
esteve presente. É incerto o local de presenteamento dos Césares Maximiano e Galério,
pois Lactâncio em um de seus registros alegou que Galério não
havia ido para Roma antes de 307, mas ao que parece, deve ter existido alguma
discussão acerca dos planos futuros tanto entre os imperadores Diocleciano
e Maximiano quanto
entre os quatro comandantes. Porém, tudo indica que a abdicação de Diocleciano
e Maximiano teria
sido premeditada, pois segundo a tradição, Diocleciano teria projetado seu
plano em Maximiano, fazendo -
o jurar, durante a visita em Roma, seu compromisso no templo de Júpiter Capitolino.
98)
Após o seu aniversário de vinte anos de governo
(vicenália), Diocleciano deixa Roma e assume o consulado em 1º de 304, em
Ravena. Ele passou o verão na fronteira do Danúbio no ano
de 304, e sua saúde apresentava sinais de que estava ainda pior quando chegou
em Nicomédia,
no dia 20 de novembro, data do seu vigésimo primeiro aniversário de ascensão.
Sua chegada em Nicomédia implicou numa série de boatos que acabaram por
contribuir para a crença de que havia morrido, tendo sido declarado luto
público, porém, foi suspendido devido à existência de outro boato que dizia o
contrário. Diocleciano só apareceu em público novamente até o dia 1º de março
de 305, com os efeitos de sua doença ainda mais aparentes.
99)
No dia 1º de maio de 305, Diocleciano convocou uma
assembleia de oficiais e soldados para se encontrar a alguns quilômetros
de Nicomédia,
no qual ele entregou uma carta em que se dizia velho e doente para comandar o
império e que deveriam confiar este cargo para alguém mais jovem.
100)
Após esse ato, Maximiano se
afastou do seu cargo, e Diocleciano foi para o palácio que havia construído
em Split na
costa de Dalmácia, local onde
mantinha uma vida fora dos problemas relacionados ao império como mostra uma
conferência em Carnuntum em 308, em que ele se recusou a tomar qualquer
decisão em relação a políticas imperiais futuras. Diocleciano morreu de uma
maneira incerta, suicídio ou doenças podem ter sido as causas, os anos
estipulados são 311 e 312.




































































































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