CLÓVIS
BORNAY
1)
Clóvis
Bornay (Nova Friburgo, 10 de janeiro de 1916 — Rio de Janeiro, 9 de outubro de 2005) foi um museólogo e carnavalesco
brasileiro.
2)
Foi
o idealizador do Baile de Gala do Theatro Municipal do Rio de Janeiro,
em 1937.
3)
Era
o mais novo dos doze filhos de mãe espanhola e pai suíço.
4)
O
pai era dono de uma loja de joias em Nova Friburgo.
5)
Na
sua juventude, durante a década de
1920, descobre no carnaval sua grande paixão.
6)
Começou
sua carreira em 1937.
7)
Quando
conseguiu convencer o diretor do Teatro Municipal do Rio de Janeiro a
instituir bailes de carnaval de gala com concurso de fantasias, inspirado no modelo
dos bailes de Veneza.
8)
Em
1937, estreou, com sua fantasia intitulada "Príncipe Hindu" e
obteve o primeiro lugar.
9)
Passou
a desfilar também nas Escolas de
Samba.
10)
Ficou
célebre quando usou a fantasia em homenagem a Estácio de Sá, no desfile de 1967, quando a
cidade comemorava seu quarto centenário de fundação.
11)
Tornou-se
um dos mestres em fantasias de Carnaval.
12)
Todos
os anos trazia novos elementos em suas fantasias.
13)
Acabava
ganhando quase todos os concursos que disputava.
14)
Evandro de Castro Lima e Mauro Rosas
eram seus rivais de salão.
15)
De
tanto ganhar, acabou sendo declarado hors concours (concorrente de
honra, não sujeito à premiação).
16)
Casamento
de Generosidade : Clóvis Bornay,casou-se com uma vendedora (amiga) para
que pudesse proteger suas três filhas , ( Karine, Patricia e Tainá), mantinha
um relação com as meninas de Pai, já que Clóvis Bornay era o principal
responsável por elas.
17)
Museólogo
por formação.
18)
Trabalhou
como museólogo no Museu Histórico Nacional, cuja
iniciativa que se tem nota foi a da cessão do refrigerador de seu gabinete de
trabalho para a criação de uma sala de exposição-depósito de peças com
estabilidade de temperatura.
19)
Atuou
também em outras entidades culturais.
20)
Foi carnavalesco das escolas de
samba do Salgueiro, em 1966, Unidos de
Lucas em 1967, 1968 e 1969, Portela em 1969 e 1970, Mocidade em 1971 e 1972, Unidos da
Tijuca e Viradouro, em 1973.
21)
Com
a Portela ganhou o campeonato de 1970 com o enredo "Lendas
e mistérios da Amazônia" (que foi reprisado no desfile de 2004).
22)
Introduziu
inovações como a figura do destaque, que é uma pessoa luxuosamente fantasiada
sendo conduzida do alto de um carro alegórico.
23)
Depois
disso, todas as demais escolas de samba copiam e tornam o quesito
obrigatório.
24)
E
ao longo de seus 77 anos de carnaval (69 em desfiles), sempre ele mesmo
participava dos desfiles carnavalescos como destaque.
25)
Embora
sua carreira esteja justa e fortemente ligada ao carnaval do Rio de Janeiro,
por diversas vezes desfilou no carnaval de São Paulo como destaque da Escola de
Samba Nenê de Vila Matilde.
26)
Algumas
de suas fantasias são expostas no Brasil e
são acervo de outros museus no exterior.
27)
Pela
significação de seu trabalho, foi laureado com o título de cidadão honorário
de Louisiana em 1964.
28)
Recebeu
a "Medalha Tiradentes" da ALERJ em 1966 dada a
personalidades que tenham relevância cultural para o estado.
29)
Foi
também cantor, gravando marchinhas carnavalescas nos anos 60 e 70.
30)
Em 1967, foi chamado para
atuar no filme Terra em Transe, de Glauber Rocha,
contracenando com Paulo Autran.
31)
Também
participou do filme "Independência ou Morte", de 1972.
32)
Às
15 horas do dia 9 de outubro de 2005, Clóvis deu entrada no Hospital Souza Aguiar desidratado
e com infecção intestinal. Apesar de medicado, acabou falecendo de uma parada
cardiorrespiratória.
33)
O
vestido da estátua de Nossa Senhora
da Glória do Outeiro era sempre, a todo dia 5 de agosto,
trocada por outro feito por Bornay.
34)
Era
museólogo de profissão e também se notabilizou como jurado para os
apresentadores de televisão Chacrinha e Sílvio Santos.
35)
Era
museólogo, profissão que exerceu no Museu Histórico Nacional.
36)
Foi
Carnavalesco, em quase 100 anos de vida, obteve sua primeira vitória em um
baile infantil.
37)
Clóvis
Bornay, era o caçula de 12 irmãos.
38)
Clóvis
Bornay, foi um dos Reis do carnaval.
39)
Clóvis
Bornay disse certa vez: “Ser museólogo não é nada. Mais difícil é ser
Clóvis Bornay todos os anos, nas passarelas”.
40)
Clóvis
Bornay era Homossexual assumido.
41)
Clóvis
Bornay – falecido há dez anos (2016)– é considerado um ícone do carnaval e
personalidade importante no cenário artístico e cultural do país, reconhecido
inclusive internacionalmente.
42)
Clóvis
Bornay morreu sem sequer ter sido agraciado com a Comenda Barão de Nova
Friburgo.
43)
Clóvis
Bornay foi declarado, em 1961, “hors-concours”.
44)
Suas
criações foram expostas em várias partes do mundo e também no Brasil, muitas
delas hoje fazem parte do acervo de vários museus no exterior.
45)
Aos
72 anos também recebeu homenagem com a exposição na estação Carioca do Metrô,
que reunia fantasias, fotos e documentos de toda a sua carreira.
46)
Como
intérprete participou de mais de dez coletâneas, sendo a primeira delas em
1969, com "Dondoca (Boneca deslumbrada)", de Antônio Almeida.
47)
Contudo,
deixou seu nome gravado na história da música popular com o sucesso de 1972,
"Paz e amor", de João Roberto Kelly e Toninho.
48)
Trabalhou
durante 42 anos no Museu Histórico Nacional, no qual foi chefe da Divisão
Artística e Literária.
49)
E
por intermédio de sua participação nos desfiles de carnaval, com sua enorme
criatividade, Clóvis Bornay dava verdadeiras aulas de história, popularizando
temas e personagens históricos aos quais, de outro modo, a maioria da população
não teria acesso.
50)
Frequentador,
ainda menino, dos bailes do Fluminense Futebol Clube, já manifestava interesse
e vocação para a vida de folião.
51)
“São
obras de arte, ricas em pedras semipreciosas, lantejoulas, paetês e bordados.
Temos túnicas, calças, cetros, capas, adereços de cabeça”, enumera Mário
Chagas, coordenador técnico do Museu da República e curador da exposição que
homenageou Clóvis Bornay. Clóvis Bornay - 100 anos, no Museu da República.
52)
A
exposição tem são obras de arte, ricas em pedras semipreciosas, lantejoulas,
paetês e bordados. Temos túnicas, calças, cetros, capas, adereços de cabeça”,
enumera Mário Chagas, coordenador técnico do Museu da República e curador da
exposição, que tomará três salas do 1.º andar do prédio.
53)
(2016)
Foi Mário Chagas, quem teve a ideia de recuperar a trajetória de Bornay, desde
a infância, em Nova Friburgo, município na Região Serrana do Rio, à formação em
Museologia, em curso do Museu Histórico Nacional, onde viria a trabalhar.
54)
Clóvis
Bornay participou da montagem da mostra de inauguração do Palácio do Catete
como Museu da República (antes da mudança da capital para Brasília, em 1960).
55)
As
pessoas não conhecem sua complexidade, que ele era mais do que um criador de
fantasias. No mundo gay, é um símbolo, por ter uma postura assumida na fala e
no comportamento”, disse Mário Chagas.
56)
Clóvis
Bornay chegou a fundar uma torcida de futebol, a Flagay, pois torcia pelo
Flamengo.
57)
A
Clóvis Bornay também é creditada a popularização da figura do destaque de carro
alegórico - alguém ricamente trajado, que confere luxo à alegoria.
58)
“Ele
não tem o reconhecimento que merece. Eu mesma só fui saber da sua importância
depois que ele morreu”, disse Tainá Bornay.
59)
“Meu
amor, eu não culpa, se algumas pessoas íam na Escola para só comer a merenda”
(Clóvis Bornay).
60)
Clóvis
Bornay foi um dos nomes mais famosos do carnaval.
61)
Clóvis
era considerado um verdadeiro gênio na arte de criar fantasias, a ponto de ser
declarado hors-concours nos desfiles de que participava, já que quase sempre
vencia o concurso.
62)
Nunca
abandonou o mundo do samba e sempre lutou em benefício do carnaval, como, por
exemplo, as inúmeras tentativas de tornar os desfiles de escolas de samba algo
gratuito, pois achava que o carnaval era a “festa do povo” e tinha que ser
degustado pelo próprio povo.
63)
O 'Baile
de Gala do Theatro Municipal" com o concurso de fantasias de luxo foi uma
das grandes atrações que marcaram época no carnaval carioca.
64)
O
evento ganhou fama internacional e era frequentado pela fina flor da sociedade
carioca e brasileira. Para frequentar o baile os trajes exigidos eram
smoking para os homens e longo para as mulheres.
65)
Inspirados
nos bailes de máscara do carnaval de Veneza, os desfiles começaram em 1932,
segundo relatou em uma
entrevista Clóvis Bornay.
66)
Os
desfiles continuaram em outros clubes e salões, mas nunca repetiram o glamour
daqueles realizados no teatro Municipal.
67)
Bem
humorado de carteirinha, tirava sarro das ideias que lhe cercavam, bem no
espírito carioca de viver. Assim, ele topou desfilar ao lado do não menos
brincalhão Carlos Imperial fantasiado de Libélula Deslumbrada, fingindo uma
rivalidade ensaiada.
68)
Evandro
de Castro Lima (Bahia, ?
de 1920 — Rio de Janeiro, 24 de
fevereiro de 1985) foi um figurinista, bailarino e carnavalesco
brasileiro.
Foi o grande concorrente de Clóvis Bornay.
69)
-
Houve um tempo em que o Carnaval era um Luxo só, brilhava de
tanto Paetê e tinha nome e sobrenome: - Clóvis Bornay.
70)
69)
- Ninguém entendia mais de brilho, glamour e montação carnavalescos do
que Clóvis Bornay. Seu nome fez parte da história do Carnaval brasileiro
71)
70)
- Para Bornay, o “Museu tinha de ser democrático e ir até o povo”.
72)
71)
- O 'Baile de Gala do Theatro Municipal" com o concurso de
fantasias de luxo foi uma das grandes atrações que marcaram época no carnaval
carioca.
73)
72)
O evento ganhou fama internacional e era frequentado pela fina flor da
sociedade carioca e brasileira.
74)
73)
- Juventude, beleza e disposição não eram suficientes. Bom gosto e criatividade
igualmente contavam pontos.
75)
74)
- Mais tarde, as fantasias foram agrupadas por categoria: - Luxo e
Originalidade.
76)
75)
Em 1953, Clovis Bornay com um original “Arlequim”, dividiu o prêmio
com Zacharias do Rego Monteiro, que vestia um de seus belíssimos e
tradicionais “Pierrôs”.
77)
76)
- O costureiro Evandro de Castro Lima era outro grande nome dos
concursos de fantasia.
78)
—
Ele era muito bom, mas melhor que eu nunca foi. As roupas dele eram bem
executadas, mas eu era um pouco mais audacioso — disse Bornay, sem
modéstia, certa vez.
79)
77)
- Na passarela, Clóvis Bornay, ele se soltava. E ainda tinha fôlego de sobra
para trabalhar como carnavalesco das escolas de samba.
80)
78)
Com passar dos anos, Bornay foi se tornando um dos maiores nomes da
história do carnaval. Suas fantasias eram sempre belíssimas, assimilando
elegância com criatividade.
81)
79)
– Foi Clóvis Bornay quem institui o concurso no Clube Monte Líbano e o
Baile da Vitória no Sírio e Libanês.
82)
80)
Em 1965, ele aderiu ao espetáculo das escolas de samba e passou a
apresentar suas fantasias nos desfiles.
83)
81)
Em 1969, em um vídeo, em preto e branco, Clóvis Bornay recriou
nos jardins do Palácio do Catete a primeira missa celebrada no Brasil, em 1500.
- Primeiro surgem os índios, com cocar de espanador, dançando com vontade; e
depois, acenando para o público, o descobridor Pedro Álvares Cabral. E
quem vem de Cabral? - Com o chapéu de plumas, lá vem Clóvis Bornay, com a
mesma elegância e glamour com que pisava as passarelas do carnaval e as trilhas
da vida real.
84)
82)
Em 1972, os bailes no Theatro Municipal terminaram.
85)
83)
- A noite no salão a platéia era coberta por estrutura de madeira revestida de
compensados e o piso ficava na altura dos camarotes. Ali brincavam cerca de
oito mil foliões.
86)
84)
No dia seguinte, acontecia o baile infantil, quando também era realizado
um concurso de fantasias.
87)
85)
- Os desfiles continuaram em outros clubes e salões, mas nunca repetiram o
glamour daqueles realizados no Theatro Municipal.
88)
86)
- Os bailes de fantasia do Iate Clube (“Baile do Havaí”), do Hotel Copacabana
Palace e os concursos de fantasia do Clube Federal, no Leblon e do Clube Monte
Líbano, na Lagoa ainda resistiram por algum tempo.
89)
87)
Após 1973, quando o
bicheiro Castor de Andrade passou a dirigir a Mocidade Independente
de Padre Miguel, Clóvis Bornay abandonou a confecção dos desfiles de escola de
samba, deixando de exercer assim a profissão de carnavalesco.
90)
88)
Em plena década de 1970, Bornay teve a deliciosa audácia de gravar
uma marchinha, de autoria de Jayme Bochner, para a fatia colorida da
torcida do Flamengo, a “Fla-Gay”, cantar no estádio do Maracanã.
91)
89)
- Certamente, muito rubro-negro ruborizou e tentou marcar impedimento, mas o
gol da irreverência já estava feito: Diz assim: “Fla, Fla, Fla, Fla Gay/Fui pra
torcida/do Flamento torcer/Quase apanhei/Não desisto/Sempre insisto/Flamengo
hei de ser/Sou Flamengo até morrer”.
92)
90)
- Mas a Fla-Gay nunca se concretizou, foi só uma sátira da audácia
de Bornay, não que não fosse possível como disse.
93)
91)
Nos anos 1980, era quase obrigatório assistir aos concursos de fantasia de
Carnaval que a extinta TV Manchete, na briga pela audiência com a TV
Globo, resgatou e exibia.
94)
92)
- Eles aconteciam dentro de salões chiquérrimos, e as fantasias eram altamente
elaboradas, cheios de glamour e muito luxo – e tinham também os nomes mais
absurdos possíveis. - E neste quesito, não há como esquecer de Clovis
Bornay, o Carnavalesco que fez tanto sucesso nos Carnavais desde a década de
1920 que, nos anos 1980 e 1990, participava destes concursos
como “hours-concours” – ou seja, ele não podia ganhar, para dar chance
aos outros concorrentes.
95)
93)
Em 1985, a advogada e professora de história, a carioca Bárbara
Schubck conheceu o mestre da fantasia: “Tive o privilégio de
ter Clóvis Bornay como presidente do júri do Festival de Cinema Super
8, que organizei no Clube dos Diretores Lojistas do Rio de Janeiro, em 1985. A
escolha não podia ser melhor, pois ele encantou, com a sua educação, cultura,
seriedade e conhecimento, os integrantes do júri, além dos cineastas
participantes da mostra e demais convidados.”
96)
94)
“Já pensou se os franceses tivessem nos conquistado em vez dos portugueses¿”
- Seria uma marrrrravilha. Disse Clóvis Bornay certa vez.
97)
95)
Em 2004, Bornay se mostrou dotado do sentido de compromisso cívico e
registra a sua participação, à pé, como um anônimo qualquer, à Parada do
Orgulho LGBT em Copacabana.
98)
96)
- Simples, sem a afetação exibida por tantos heterossexuais que de alguma forma
atingem a notoriedade ou alguma espécie por mais ínfima que seja de
poder, Bornay possuía endereço e número de telefone conhecidos. Ele
mesmo atendia as ligações - ao ponto de um alucinado ter passado 16 anos a lhe
fazer trotes.
99)
97)
O carnavalesco Clóvis Bornay, aos 89 anos, morreu no início da noite de
domingo, sinônimo de "extravagância", com ele foi
o Glamour de uma época. O luxo que CLOVIS BORNAY imprimiu em suas
fantasias ilustrou enredos, histórias inspiradas em temas absolutamente
surpreendentes, onde o homem culto e inteligente viajava na maionese. Sua
imaginação voava.
100)
Às 15 horas do dia 9 de outubro de 2005,
Clóvis deu entrada no Hospital Souza Aguiar desidratado
e com infecção intestinal. Apesar de medicado, acabou falecendo de uma parada
cardiorrespiratória. Quando faleceu, em outubro de 2005, seu cortejo fúnebre
foi ao som da marcha “Ó abre-alas”, de Chiquinha Gonzaga, entoada pela
Confraria do Garoto. Clóvis Bornay marcou para sempre o carnaval pela sua
extravagância e originalidade e seus trabalhos nas escolas de samba ficaram
fortemente imortalizados.
Nao ele nao casou com a vendedora
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