MIKHAIL
BAKUNIN
1) Mikhail Aleksandrovitch Bakunin (em russo: Михаил Александрович Бакунин; Premukhimo, 30 de maio de 1814 — Berna, 1 de julho de 1876), foi um teórico políticorusso, um dos principais expoentes do anarquismo em meados do século XIX.
1) Mikhail Aleksandrovitch Bakunin (em russo: Михаил Александрович Бакунин; Premukhimo, 30 de maio de 1814 — Berna, 1 de julho de 1876), foi um teórico políticorusso, um dos principais expoentes do anarquismo em meados do século XIX.
3)
É lembrado como uma das maiores figuras da história do
anarquismo e como oposição de esquerda ao caráter autoritário do marxismo, representado este
pela atuação do Estado no
âmbito de uma sociedade socialista.
4)
Ainda hoje, suas ideias continuam como uma referência entre
pensadores modernos como Noam Chomsky, influenciando intelectuais de diferentes
matizes ideológicos.
5)
No dia 18 de maio, a meio da primavera do ano de 1814,
nascia Mikhail Alexandrovich Bakunin na pequena cidade de Premukhimo, entre Torzhok e Kuvshinovo, na província de Tver, no noroeste de Moscou.
nascia Mikhail Alexandrovich Bakunin na pequena cidade de Premukhimo, entre Torzhok e Kuvshinovo, na província de Tver, no noroeste de Moscou.
7)
Era um dos sete filhos de Alexander Michailowitsch Bakunin e
Varvara A. Bakunin (nascida Varvara Muravyov).
8)
Durante a infância de Mikhail, seu pai Alexander, que se identificava
com o liberalismo europeu e a Revolução Francesa, apresentou, a sua família, as ideias em torno deste
movimento e ofereceu, aos seus filhos, uma educação primária baseada nestes mesmos ideais.
9)
No entanto, depois dos levantes dezembristas, Alexander
Bakunin, horrorizado com a violência e temeroso que as ideias liberais lhes
causassem problemas, tornou-se um leal czarista a defender os benefícios da aristocracia russa, na
época quase toda ela composta por famílias da nobreza daquele país.
10)
Nesta mesma época, Alexander decidiu mandar Mikhail
para São Petersburgo para que ele se tornasse um oficial de artilharia.
11)
Aos 14 anos de idade, Mikhail Bakunin deixou a casa de sua
família em Premukhimo para ir para a Universidade de Artilharia em São
Petersburgo.
12)
Lá, o jovem Bakunin completou seus estudos em 1832, e em 1834
foi promovido a oficial júnior da Guarda Imperial Russa.
14)
Após a transferência de cargo, a bateria na qual Bakunin
estava alistado foi enviada a Minsk e Gardinas, na Lituânia.
15)
Deprimido e insociável, em meio ao inverno rigoroso e
preso em uma pequena aldeia congelada, o jovem Bakunin passaria a negligenciar
seus deveres, mentindo para passar os dias envolto em pele de carneiro.
16)
Diante da incontinência, o oficial em comando lhe deu duas
opções, retomar suas funções regulares ou desligar-se do exército. Bakunin
escolheria a segunda, retornando para casa no início da primavera.
18)
No verão seguinte, tomou parte em uma briga familiar
assumindo o lado de sua irmã, que se rebelara contra o pai, a defender um
casamento no qual sua filha se sentia infeliz.
20)
A escolha se contrapunha frontalmente ao projeto de
vida defendido por seu pai: tornar-se um grande oficial de carreira militar.
21)
Em Moscou, Bakunin tornou-se amigo de um grupo de estudantes
universitários engajados no estudo sistemático de
filosofia idealista,
agrupos em torno da figura do poeta Nikolay Stankevich, "o
arrojado pioneiro que expôs ao pensamento russo o vasto e fértil continente
da metafísica alemã".
22)
A filosofia de Kant inicialmente era central neste círculo de estudos,
mas depois o grupo partiu para Schelling, Fichte, e Hegel.
23)
No outono de 1836, Bakunin decidiu formar um círculo de
estudos filosóficos em sua cidade natal de Premukhino; um espaço passional onde jovens se reuniam não só para o estudo de
filosofia.
25)
No início de 1836, retornou a Moscou, onde publicou
algumas traduções de Algumas Leituras Acerca da Vocação Escolar e O Caminho da Vida Abençoada, de
autoria de Fichte. Este havia se tornado seu livro favorito. Com Stankevich,
ele também leria Goethe, Schiller e E.T.A. Hoffmann.
26)
Ele se tornou amplamente influenciado pelo pensamento
de Hegel e foi o autor da primeira tradução de sua obra
para o idioma russo.
27)
Durante esse período, ele conheceu o eslavófilo Konstantin Aksakov, Piotr Tschaadaev e os socialistas Aleksandr Herzen e Nikolay Ogarev.
28)
Nessa época, começou a desenvolver uma perspectiva
pan-eslávica. Depois de longas discussões com seu pai, Bakunin foi para Berlim em 1840.
29)
Inicialmente, tinha planos para tornar-se um professor universitário (um "sacerdote da verdade", tal qual
imaginavam ele e seus amigos), mas logo encontrou-se e tomou parte em um
coletivo de estudantes denominados a "Esquerda Hegeliana", e uniu-se
ao movimento socialista em
Berlim.
30)
Em seu
ensaio de 1842, A Reação na
Alemanha, ele argumentava em favor da ação revolucionária da negação,
resumida na frase: a paixão pela
destruição é uma paixão criativa.
31)
Depois de três semestres em Berlim, Bakunin foi para Dresden, onde tornou-se amigo
de Arnold Ruge.
32)
Ele também havia lido o ensaio de Lorenz von Stein Der
Sozialismus und Kommunismus des heutigen Frankreich e, à época, era
considerado um socialista fervoroso.
33)
A esse tempo, havia abandonado seu interesse em
uma carreira acadêmica, devotando mais e
mais do seu tempo a promoção da revolução.
35)
Diante de sua recusa, todas as suas propriedades em
território russo foram confiscadas em dezembro de
1844.
37)
Durante seis meses, Bakunin permaneceu em Zurique,
tornando-se muito próximo de Wilhelm Weitling.
38)
Até o ano de 1848, seguiu tendo boas relações com os
comunistas alemães, ocasionalmente se autoproclamando um comunista e escrevendo
artigos sobre comunismo no periódico Schweitzerische Republikaner.
41)
Este fato fez com que relatórios a seu respeito circulassem
entre a polícia suíça e o Império Russo.
43)
Este não obedeceu aos ditames do Estado russo, ao invés disso
foi para Bruxelas, onde se encontrou com
oradores do nacionalismo e
do progressismo polonês, como Joachim Lelewel, membro da Associação
Internacional de Trabalhadores junto
com Karl Marx e Friedrich Engels.
45)
No entanto, não demorou para que este último rompesse com os
nacionalistas poloneses frente às suas demandas pela restauração de uma Polônia histórica baseada
nas fronteiras de
1776 (antes da divisão da Polônia), somado ao fato de que também sua defesa ao
direito de autonomia das populações não polonesas nestes territórios era
paulatinamente desconsiderada.
46)
Bakunin também não apoiava o clericalismo reinante entre os nacionalistas da Polônia, e
também estes não demonstraram qualquer apoio à defesa da emancipação do campesinato propalada por
ele.
47)
Em 1844, Bakunin foi a Paris, que então era considerada um
dos principais centros do pensamento progressista revolucionário
europeu.
48)
Nessa cidade, estabeleceu contato com o comunista Karl Marx e
o anarquista Pierre-Joseph Proudhon.
50)
Em Dezembro de 1844, o imperador Nicolau I da Rússia lançou um decreto refutando os
privilégios de Bakunin, destituindo-o de seu título de nobre bem como de
quaisquer direitos civis, confiscando suas posses na Rússia, e condenando-o
ao exílio para
o resto de sua vida na Sibéria caso as
autoridades russas alguma vez conseguissem pegá-lo.
51)
Bakunin prontamente respondeu o decreto com a longa
carta La Réforme, denunciando o imperador
como um déspota e
fazendo um chamado para a democracia na Rússia e na
Polônia.
52)
Em março de 1846, em outra carta, intitulada Constitutionel, Bakunin defendeu a
Polônia da repressão orquestrada nesse país pelos católicos.
53)
Alguns refugiados poloneses
da Cracóvia,
que se instalaram na França após a derrota do Levante da Cracóvia,
convidaram-no para discursar em um de seus
encontros em novembro de 1847 em comemoração ao Levante de Novembro de 1830.
54)
Em seu discurso, Bakunin fez um chamado por uma aliança entre as populações russa e polonesa contra o
imperador, em prol do "colapso definitivo do despotismo na Rússia".
56)
Lá, Bakunin faria um apelo para que Aleksandr Herzen e Vissarion Belinsky se envolvessem em uma ação conspiratória em favor da revolução social na Rússia.
57)
No entanto, nenhum dos dois daria ouvidos a ele. Também em
Bruxelas, Bakunin restabeleceu contato com poloneses revolucionários e voltou a
encontrar com Karl Marx.
58)
Em um encontro organizado por Lelewel em fevereiro de 1848,
ele discursou sobre o grande futuro reservado aos eslavos, cujo destino era rejuvenescer a Europa Ocidental.
59)
Por essa época, na embaixada russa,
circulavam rumores de que Bakunin era um agente russo que havia excedido suas
ordens.
60)
Frente ao fim do movimento revolucionário de 1848, Bakunin não continha seu desapontamento frente aos
parcos resultados alcançados na Rússia.
61)
Ainda assim, junto aos revolucionários do Governo Provisório
- Ferdinand Flocon, Louis Blanc, Alexandre Auguste Ledru-Rollin e Albert L'Ouvrier -, havia obtido algum recurso com o objetivo de
fomentar a criação de uma Federação Eslava, cuja finalidade seria libertar as
populações que permaneciam sob o controle da Prússia, do Império Austro-Húngaro e da Turquia. Partiu para a Alemanha viajando de Baden até Frankfurt e Köln.
62)
Bakunin apoiou a Legião Democrática
Alemã liderada por Herwegh e não
poupou esforços tentando vinculá-la à insurreição de Friedrich Hecker em Baden.
63)
Posteriormente, ele romperia com Marx com relação ao
criticismo de Herwegh.
Muito mais tarde em 1871 – Bakunin escreveria: “Eu preciso admitir abertamente que nessa controvérsia, Marx e Engels estavam certos.
Com sua insolência característica, eles atacaram pessoalmente Herwegh quando ele não estava lá para se defender.
No confronto cara a cara, eu calorosamente defendi Herwegh, e nossa desavença mútua aí teve seu início”.
Muito mais tarde em 1871 – Bakunin escreveria: “Eu preciso admitir abertamente que nessa controvérsia, Marx e Engels estavam certos.
Com sua insolência característica, eles atacaram pessoalmente Herwegh quando ele não estava lá para se defender.
No confronto cara a cara, eu calorosamente defendi Herwegh, e nossa desavença mútua aí teve seu início”.
64)
Em Berlim, foi impedido pela polícia de chegar a Posen, onde estava acontecendo uma insurreição popular.
65)
À época, essa cidade compunha os territórios poloneses tomados
pelo Reino da Prússia nas Divisões da Polônia.
66)
Frente ao impedimento, foi para Leipzig e Breslau, de lá para Praga, onde participou do Primeiro Congresso Paneslávico.
67)
O congresso foi seguido por uma insurreição malfadada que
buscou promover e intensificar mas que, por fim, foi violentamente suprimida.
68)
Retornando a Breslau, ficou sabendo que Marx havia
alegado publicamente que ele era um agente imperial.
71)
No outono de 1848, Bakunin publicou seu Apelo aos Eslavos, no
qual propunha que os revolucionários eslavos se unissem com os revolucionários
húngaros, italianos e alemães para derrubar as três maiores autocracias da
Europa, o Império Russo, o Império Austro-Húngaro, e o Reino da Prússia.
72)
Mikhail Bakunin teve um papel de destaque no Levante de Maio em
Dresden em 1849, ajudando a
organizar a defesa das barricadas contra as
tropas prussianas com Richard Wagner e Wilhelm Heine.
73) Escreveria em sua biografia sobre a atuação
do grande anarquista em Dresden e Praga, bem como sobre a aura revolucionária
que emanava de suas ações.
74)
Por anos havia cruzado com seu
nome nos jornais, e sempre sob extraordinárias circunstâncias extraordinárias.
Ele voltou a Paris para um encontro polonês, mas ainda que fosse um russo, ele declarou que pouco importava se um homem era russo ou polaco, se ele desejasse ser um homem livre, isso era tudo o que importava. Ouvi mais tarde de Georg Herwegh, que ele havia renunciado a toda sua riqueza enquanto membro de uma influente família russa, e que um dia, quando toda sua fortuna consistia em dois francos, ele a entregou para um mendigono bulevar, porque isso lhe causava irritação, estar preso por suas posses, suas preocupações estavam no amanhã.
Fui informado de sua presença em Dresden um dia por Rockel, mais tarde ele se tornaria um fervoroso republicano.
Ele havia levado o russo para sua casa, e me convidou para ir lá e conhecê-lo.
Naquela época, Bakunin estava sendo perseguido pelo governo da Áustria por sua participação nos eventos que ocorreram em Praga no verão de 1848, e porque ele era membro do Congresso Eslavo que precedeu aqueles acontecimentos.
Em decorrência desta perseguição, ele teve procurar refúgio em nossa cidade, mas de forma que não desejava permanecer muito longe da fronteira com a Boémia.
A sensação extraordinária que ele criou em Praga advinha do fato que, quando os tchecos buscaram a proteção da Rússia contra a temerosa polícia germanizada da Áustria, ele conjurou-os eles próprios a defender-se com fogo e espada contra aqueles mesmos russos, e também contra quaisquer outras pessoas que vivessem sob o mando de um despotismo como aquele dos czares.
Ele voltou a Paris para um encontro polonês, mas ainda que fosse um russo, ele declarou que pouco importava se um homem era russo ou polaco, se ele desejasse ser um homem livre, isso era tudo o que importava. Ouvi mais tarde de Georg Herwegh, que ele havia renunciado a toda sua riqueza enquanto membro de uma influente família russa, e que um dia, quando toda sua fortuna consistia em dois francos, ele a entregou para um mendigono bulevar, porque isso lhe causava irritação, estar preso por suas posses, suas preocupações estavam no amanhã.
Fui informado de sua presença em Dresden um dia por Rockel, mais tarde ele se tornaria um fervoroso republicano.
Ele havia levado o russo para sua casa, e me convidou para ir lá e conhecê-lo.
Naquela época, Bakunin estava sendo perseguido pelo governo da Áustria por sua participação nos eventos que ocorreram em Praga no verão de 1848, e porque ele era membro do Congresso Eslavo que precedeu aqueles acontecimentos.
Em decorrência desta perseguição, ele teve procurar refúgio em nossa cidade, mas de forma que não desejava permanecer muito longe da fronteira com a Boémia.
A sensação extraordinária que ele criou em Praga advinha do fato que, quando os tchecos buscaram a proteção da Rússia contra a temerosa polícia germanizada da Áustria, ele conjurou-os eles próprios a defender-se com fogo e espada contra aqueles mesmos russos, e também contra quaisquer outras pessoas que vivessem sob o mando de um despotismo como aquele dos czares.
75)
Bakunin seria capturado pelos saxões em Chemnitz e trancafiado por
treze meses antes de ser condenado à morte pelo
governo da Saxônia;
uma vez que os governos da Rússia e Áustria também estavam atrás dele, sua
sentença foi comutada para prisão perpétua.
76)
Em junho de 1850, ele foi enviado para as autoridades
austríacas.
Onze meses depois, recebeu uma sentença de morte compulsória, que também seria comutada para prisão perpétua. Finalmente, em maio de 1851, Bakunin foi enviado para as autoridades russas.
Onze meses depois, recebeu uma sentença de morte compulsória, que também seria comutada para prisão perpétua. Finalmente, em maio de 1851, Bakunin foi enviado para as autoridades russas.
78)
No início de sua sentença, o conde Orlov, um emissário
do Imperador, visitou Bakunin e disse a ele que o imperador requisitava
uma confissão por escrito, esperando que a confissão pudesse encaminhar
Bakunin espiritual e fisicamente frente ao poder do estado russo.
79)
Uma vez que
todos seus atos eram conhecidos, ele não possuía segredos a serem revelados, e
decidiu escrever ao Imperador:
Você quer a minha confissão; mas você precisa saber que um criminoso penitente não é obrigado a implicar ou revelar as ações de outrem. Guardo apenas a honra e a consciência de que jamais traí quem quer que tivesse confiado em mim, e é por esse motivo que não lhe entregarei nenhum nome.
Você quer a minha confissão; mas você precisa saber que um criminoso penitente não é obrigado a implicar ou revelar as ações de outrem. Guardo apenas a honra e a consciência de que jamais traí quem quer que tivesse confiado em mim, e é por esse motivo que não lhe entregarei nenhum nome.
80)
Ao ler a carta, o imperador Nicolau I teria dito: "Ele é
um bom rapaz, cheio de espírito, mas é um homem perigoso e não devemos jamais
deixar de vigiá-lo."
A confissão seria publicada muito posteriormente, após ser d Após a morte de Nicolau I, o novo imperador Alexandre II exigiu que o nome de Bakunin ficasse fora da lista de anistia. No entanto, em fevereiro de 1857, sua mãe fez um apelo ao imperador que resultou na deportação do libertário ao exílio permanente na cidade de Tomsk, na Sibéria Ocidental.escoberta em meio aos arquivos imperiais.
A confissão seria publicada muito posteriormente, após ser d Após a morte de Nicolau I, o novo imperador Alexandre II exigiu que o nome de Bakunin ficasse fora da lista de anistia. No entanto, em fevereiro de 1857, sua mãe fez um apelo ao imperador que resultou na deportação do libertário ao exílio permanente na cidade de Tomsk, na Sibéria Ocidental.escoberta em meio aos arquivos imperiais.
81)
Depois de três anos em uma pequena cela da Fortaleza de São
Pedro e São Paulo, ele passaria outros quatro trancafiado nas masmorras
subterrâneas do castelo de Shlisselburg.
82)
Lá, ele sofreria com o escorbuto e todos seus
dentes cairiam como resultado da aterradora dieta. Mais tarde, Bakunin diria
que ele encontrou algum alento ao rememorar mentalmente a lenda de Prometeu.
83)
Seu contínuo aprisionamento nessas terríveis condições
fizeram com que ele pedisse ao seu irmão que lhe trouxesse veneno para que desse um
fim ao seu sofrimento.
84)
Após um ano de sua chegada em Tomsk, Bakunin casou com
Antonia Kwiatkowska, a filha de um mercador polonês. Anteriormente, ele havia
ensinado francês a ela.
Em agosto de 1858, Bakunin recebeu a visita do seu primo em segundo grau, o conde Nikolay Muravyov-Amursky, que fora governador-geral da Sibéria Ocidental por dez anos.
Em agosto de 1858, Bakunin recebeu a visita do seu primo em segundo grau, o conde Nikolay Muravyov-Amursky, que fora governador-geral da Sibéria Ocidental por dez anos.
85)
Muravyov era um liberal e Bakunin, enquanto seu parente,
tornou-se seu primo favorito.
Na primavera de 1859, Muravyov ajudou Bakunin com um emprego na Agência de Desenvolvimento de Amur o que permitiu que ele e sua companheira se mudassem para Irkutsk, a capital da Sibéria Oriental.
Esta mudança possibilitou que Bakunin fizesse parte do círculo de discussões políticas centrado no quartel-general da colônia de Muravyov.
Na primavera de 1859, Muravyov ajudou Bakunin com um emprego na Agência de Desenvolvimento de Amur o que permitiu que ele e sua companheira se mudassem para Irkutsk, a capital da Sibéria Oriental.
Esta mudança possibilitou que Bakunin fizesse parte do círculo de discussões políticas centrado no quartel-general da colônia de Muravyov.
86)
Em 5 de junho de 1861, Bakunin deixou Irkutsk para supostamente
tratar de negócios da companhia, aparentemente empregado por um mercador
siberiano para fazer uma viagem até Nikolaevsk.
87)
Em 17 de julho, ele estava a bordo do navio de
guerra Strelok indo
para Kastri. No entanto, no porto de Olga, Bakunin conseguiu convencer um capitão americano da
nau SS Vickery a
levá-lo a bordo.
A bordo, para sua surpresa se deparou com o cônsul russo, mas ainda assim passou despercebido e partiu navegando sob o nariz da Marinha Imperial Russa. Em 6 de agosto, chegou a Hakodate, na ilha de Hokkaido, no extremo norte do arquipélago do Japão, e logo estava em Yokohama.
A bordo, para sua surpresa se deparou com o cônsul russo, mas ainda assim passou despercebido e partiu navegando sob o nariz da Marinha Imperial Russa. Em 6 de agosto, chegou a Hakodate, na ilha de Hokkaido, no extremo norte do arquipélago do Japão, e logo estava em Yokohama.
88)
Tendo retornado ao oeste europeu,
imediatamente Bakunin mergulhou nos esrudos. Em 1870, Bakunin atuou como articulador de um levante na
cidade francesa de Lyon, chamando a população a se rebelar em resposta ao
colapso do governo francês durante a Guerra Franco-Prussiana, procurando transformar um conflito imperialista em
revolução social.
Este levante que efetivamente fracassou mostrou-se um importante precedente da Comuna de Paris,
com a qual compartilhou princípios e modelos.
Em suas Cartas para um Francês Sobre a Presente Crise,
ele defendeu uma aliança revolucionária entre a classe trabalhadora e o campesinato e apresentou sua formulação daquilo que, mais tarde, ficou conhecido como propaganda pelo ato:e seus associados políticos tinham muito se impressionado com Giuseppe Garibaldi e sua expedição à Sicília, na qual declarou-se ditador em nome de Vitor Emanuel II.
Após seu retorno a Londres, ele escreveu para Garibaldi em 31 de janeiro de 1862: Se você pudesse ver como eu vi o entusiasmo apaixonado de toda a cidade de Irkutsk, a capital da Sibéria Ocidental, frente às notícias de sua marcha triunfal através
das terras do louco rei de Nápoles, você teria dito como eu disse que já não existem distâncias ou fronteiras.
Este levante que efetivamente fracassou mostrou-se um importante precedente da Comuna de Paris,
com a qual compartilhou princípios e modelos.
Em suas Cartas para um Francês Sobre a Presente Crise,
ele defendeu uma aliança revolucionária entre a classe trabalhadora e o campesinato e apresentou sua formulação daquilo que, mais tarde, ficou conhecido como propaganda pelo ato:e seus associados políticos tinham muito se impressionado com Giuseppe Garibaldi e sua expedição à Sicília, na qual declarou-se ditador em nome de Vitor Emanuel II.
Após seu retorno a Londres, ele escreveu para Garibaldi em 31 de janeiro de 1862: Se você pudesse ver como eu vi o entusiasmo apaixonado de toda a cidade de Irkutsk, a capital da Sibéria Ocidental, frente às notícias de sua marcha triunfal através
das terras do louco rei de Nápoles, você teria dito como eu disse que já não existem distâncias ou fronteiras.
89)
Bakunin pediu para Garibaldi para que participasse de um
movimento abrangendo italianos, húngaros e eslavos do sul contra os estados do Império Austríaco e do Império Otomano.
90)
Entre os anos de 1869 e 1870,
Bakunin esteve envolvido com o revolucionário russo Sergey Nechayev em um número significativo
de projetos clandestinos. Em conjunto, os dois teriam escrito os livretos
"Palavras à juventude –
princípios da revolução" e
"Catecismo de um Revolucionário", obras consideradas, por muitos, um exemplo de frieza maquiavélica.
91)
No entanto, um pouco mais tarde,
Bakunin revê esta posição e rompe com Nechayev devido aos seus métodos "jesuítas]", como o próprio Bakunin
posteriormente definiria. Desde então, passa a criticar a ideia de Nechayev de
que todos os meios são justificáveis para atingir aos fins revolucionários.
92)
Em 1868, Bakunin participou da seção de Genebra da Primeira Internacional, na qual ele permaneceu sendo muito ativo até sua
expulsão por Karl Marx e
seus seguidores no Congresso de Haia em 1872. Bakunin foi um importante articulador
no estabelecimento de núcleos da Internacional na Itália e na Espanha.
93)
Em 1870, Bakunin atuou como articulador de um levante na
cidade francesa de Lyon, chamando a população a se rebelar em resposta ao
colapso do governo francês durante a Guerra Franco-Prussiana, procurando transformar um conflito imperialista em
revolução social. Este levante que efetivamente fracassou mostrou-se um
importante precedente da Comuna de Paris, com a qual
compartilhou princípios e
modelos. Em suas Cartas para um
Francês Sobre a Presente Crise, ele defendeu uma aliança revolucionária
entre a classe trabalhadora e o campesinato e apresentou sua formulação daquilo
que, mais tarde, ficou conhecido como “propaganda pelo ato”.
95)
Em 1876, com a saúde muito deteriorada, Bakunin é levado por
um amigo para um hospital em Berna. Lá, encontrou seu fim, falecendo em 1 de
julho de 1876.
96)
Em sua perspectiva política, Bakunin
rejeitou todos os sistemas de governo fossem qual fossem o seu formato.
Questionou qualquer governabilidade baseada na escolha divina, bem como toda
forma de autoridade externa, que fizesse prevalecer sobre as demais vontades, a
vontade de um soberano, ou de elites cuja
ascensão possa ser favorecida pela implementação de um sufrágio universal.
Em Deus e o Estado (Dieu et l'Etat),
publicado postumamente em 1882, ele escreveu: A liberdade do homem consiste tão somente nisso, de que ele obedeça as
leis da natureza as quais ele por si próprio reconhece enquanto tais, e não
porque elas foram impostas externamente sobre ele por qualquer vontade
exterior, humana ou divina, coletiva ou individual.
97)
Por "liberdade", Bakunin não se referia a um
ideal abstrato, mas a uma realidade
concreta baseada na liberdade simétrica de outros.
Liberdade consiste no “desenvolvimento pleno de todas as faculdades e poderes
de cada ser humano, pela educação, pelo treinamento
científico, e pela prosperidade material."
Tal concepção de liberdade é "eminentemente social, porque só pode ser
concretizada em sociedade," não em isolamento. Em um sentido negativo,
liberdade é "a revolta do indivíduo contra todo tipo de autoridade,
divina, coletiva ou individual”. Bakunin refutava a ideia religiosa
de livre-arbítrio e defendia uma explicação
material dos fenômenos naturais: "as manifestações de vida orgânica,
propriedades químicas e reações, eletricidade, luz, calor e atração natural de
corpos físicos, constituem, na nossa perspectiva, tantas formas diferentes, mas
não menos variantes interdependentes da totalidade de elementos reais daquilo
que chamamos de matéria" (Escritos
Selecionados, página 219). A "missão da ciência é, por observação
das relações gerais, compreender os fatos verídicos, e estabelecer as leis gerais inerentes
ao desenvolvimento de um fenômeno no mundo físico e social."
98)
Bakunin, no entanto, rejeitava a noção de "socialismo científico", escrevendo
em Deus e o Estado que
um "corpo científico, tão logo a ele seja confiado o governo da sociedade,
acabaria rapidamente por dedicar-se, não mais para a ciência, mas se envolveria
em outro assunto... em sua eterna perpetuação, tomando a sociedade que se
confiou aos seus cuidados, tornando-a cada vez mais estúpida e, consequentemente,
mais necessitada de seu governo e direção
99)
A
disputa entre Mikhail Bakunin e Karl Marx realçaram as diferenças entre o anarquismo e
o marxismo. Os argumentos de
Bakunin se contrapunham aos ideais defendidos por um número considerável de
marxistas de que nem todas as revoluções precisam necessariamente ser
violentas. Ele também rejeitou fortemente o conceito marxista de "ditadura
do proletariado", que os seguidores de Marx na atualidade, traduzem em
termos modernos por "democracia dos trabalhadores", mas que mantém o
poder concentrado no estado até a futura transição ao comunismo.
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