HÉRCULES
FLORENCE
1) Antoine Hercule Romuald Florence, (Nice, 29 de fevereiro de 1804 — Campinas, 27 de março de 1879), foi um inventor, desenhista, polígrafo e pioneiro da fotografia franco-brasileiro.
1) Antoine Hercule Romuald Florence, (Nice, 29 de fevereiro de 1804 — Campinas, 27 de março de 1879), foi um inventor, desenhista, polígrafo e pioneiro da fotografia franco-brasileiro.
2)
A ele é creditada a criação do termo phototographie, em 1834, alguns anos
antes de John Herschel cunhar
independentemente o termo photography.
8)
A fragata ficou estacionada um mês e seguiu seu trajeto,
porém sem o jovem Florence, que se fixaria no Brasil por toda a vida.
9)
Obteve emprego, inicialmente, como caixeiro numa casa de
roupas, transferindo-se, logo a seguir, para o estabelecimento de outro
francês, Pierre Plancher, proprietário
de uma livraria e uma tipografia.
10)
Um ano depois, Florence ficou fascinado com a
perspectiva de realizar uma viagem pelo interior do Brasil.
11)
Sua grande aventura teve início quando foi informado
de que um naturalista alemão, o Barão Georg Heinrich von Langsdorff, pretendia
empreender uma expedição científica por várias províncias do país, incluindo
a Amazônia,
e necessitava de um desenhista.
12)
Florence conseguiu ser admitido no cargo pelo seu
talento artístico e pelos seus conhecimentos de cartografia.
13)
Juntamente com Aimé-Adrien Taunay completou a dupla de
desenhistas incumbida de realizar a documentação iconográfica ao longo do
extenso trajeto da expedição.
14)
Deve-se a Florence o relato completo dessa aventura,
percorrida ao longo de 13.000 quilômetros entre os anos de 1825 a 1829, assim
como a maior parte da documentação iconográfica.
15)
Nela se percebe sua preocupação em registrar com rigor
científico a natureza e os índios das regiões visitadas.
16)
Essa coleção de imagens é de valor inestimável para os
estudos antropológicos e etnográficos, conforme é atestado por cientistas
brasileiros e estrangeiros.
17)
Após seu retorno da expedição, contraiu núpcias com
Maria Angélica A. M. Vasconcelos, filha de importante político paulista,
fixando residência na pacata vila de São Carlos (atual Campinas).
18)
Pretendendo publicar um estudo que fizera sobre os sons
emitidos pelos animais, produto de suas observações anotadas na selva durante a
expedição (o qual intitulou "zoophonie"), deparou com a inexistência
de oficinas impressoras na Província de São Paulo.
19)
Decidiu então idear seu próprio método de impressão, a
Poligraphie, e em 1832, já se encontrava estabelecido comercialmente oferecendo
ao público seus escritos e desenhos, além de manter, ao mesmo tempo, uma loja
de tecidos.
20)
Observando o descolorimento que sofriam os tecidos de
indianas expostos à luz do sol e informado pelo jovem boticário (e futuro
botânico de nomeada) Joaquim Correia de Melo das propriedades do nitrato de prata, deu início às
suas investigações sobre fotografia.
21)
Suas primeiras experiências com a câmera obscura datam de
janeiro de 1833 e encontram-se registradas no manuscrito Livre d'Annotations et de Premier Matériaux.
22)
Mais de 150 anos depois, o exame detalhado desse manuscrito
por Boris Kossoy levou-o a
comprovar o emprego pioneiro de Florence da palavra "photographie",
pelo menos cinco anos antes que o vocábulo fosse utilizado pela primeira vez na
Europa.
23)
Florence foi ainda pioneiro da imprensa em Campinas ao
fundar, em 1836, O Paulista,
primeiro jornal do
interior da Província de São Paulo.
24)
A proliferação em Campinas de bilhetes falsos de banco
induziu-o a inventar um novo método de impressão para evitar falsificações,
sobre o que publicou um folheto de 14 páginas.
25)
Em 1843 a Academia de Ciências e Artes de Turim declarou que o
seu invento tinha algo de novo, com propriedades contrabalançadas com defeitos,
mas que merecia a proteção do Governo de Sardenha.
27)
Florence enviuvou em 17 de janeiro de 1850, mas quatro
anos depois casou-se novamente, desta vez com Carolina Krug, de origem
alemã, com a qual teve sete filhos. O casamento ocorreu em 4 de janeiro
de 1854.
29)
Em 1860 inventou a "pulvografia", a impressão
por meio do pó. Em 1877 foi eleito membro do Instituto Histórico e Geográfico de
São Paulo.
31)
Pouco
se sabe da vida de Hercule Florence antes de sua chegada ao Rio de Janeiro, em
1824, como tripulante de um navio francês.
32)
Filho
de médico militar e uma nobre francesa, desde cedo demonstra interesse por
desenho, ciências e pelas famosas expedições de viajantes europeus ao Novo
Mundo.
34)
No
Rio de Janeiro emprega-se na loja de modas do francês senhor Dillon e depois na
livraria do senhor Plancher. Como resultado de resposta a um anúncio, em
setembro de 1825 parte com a Expedição Langsdorff (1821-1829) - viagem
científica idealizada pelo cônsul russo Barão Langsdorff (1773 - 1852) - na
condição de segundo desenhista.
35)
O
grupo vai para Santos de navio e segue para a Amazônia pelo interior do país.
De 1826 a 1829 percorre os atuais Estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Rondônia, Amazonas e Pará.
36)
Florence
realiza uma série de desenhos e aquarelas, nos quais retrata a fauna, a flora,
a paisagem e a população dos locais visitados, que, com os trabalhos do
artista alemão Rugendas (1802 - 1858) e
do desenhista francês Adrien Taunay
(1803 - 1828), constituem a única documentação visual dessa aventura
que custou a sanidade do próprio cônsul.
37)
Nos
trabalhos realizados por Florence, conservados na Academia de Ciências de
Moscou, revela-se seu olhar objetivo e minucioso na tarefa de representação da
natureza.
38)
A
historiadora Ana Maria Beluzzo acredita que, em busca de um traçado linear
homogêneo e impessoal, o artista teria utilizado a camera lucida na produção de
seus desenhos. Meticuloso, o artista assinala as condições de observação de
cada registro feito: data e local da coleta, dimensões do exemplar documentado,
as proporções entre o tamanho do referente e da referência, se são imagens
elaboradas com plantas secas ou animais empalhados etc.
39)
Sua
visão analítica apreende o objeto em seu todo e nos detalhes. As plantas e
animais são mostrados de diversos pontos de vista, por dentro e por fora, com
ênfase nas características de cada gênero. No caso dos retratos etnográficos,
apresenta as figuras de frente e perfil, esforçando-se em reproduzir suas
particularidades (por exemplo, cor da pele, pinturas corporais, adereços e
vestimentas).
40)
Nota-se
que Hercule Florence procura individualizar as fisionomias e afirmar a
diversidade étnica, sem recorrer a padronizações. Nas paisagens, além da
topografia de cada região, interessa-se em registrar a luminosidade do céu e
das nuvens.
41)
De
volta ao Rio de Janeiro em 1829, deixa suas anotações diárias sobre a expedição
com Félix Taunay (1795 - 1881),
irmão de Adrien, que morre afogado em 1828 no Rio Guaporé. O manuscrito
intitulado Esboço
da Viagem Feita pelo Snr. Langsdorff ao Interior do Brasil desde Setembro de
1825 até Março de 1829 é traduzido e publicado por Alfredo
D´Escragnolle Taunay, com o consentimento do autor, mais de 40 anos
depois, entre 1875 e 1876.
42)
Só
em 1849 Hercule Florence retoma suas anotações e começa a escrever o diário
completo sobre a viagem científica. Esse diário, atualmente em posse de seus
descendentes, é publicado em 1977 sob o título Viagem Fluvial do Tietê ao Amazonas pelas
Províncias Brasileiras de São Paulo, Mato Grosso e Grão-Pará (1825-1829).
43)
Com
o fim de seu trabalho como segundo desenhista, o artista radica-se a partir de
1830 na Vila de São Carlos, atual Campinas, em São Paulo, onde constitui
família e torna-se fazendeiro, mas sem deixar a arte e as questões científicas
de lado.
44)
Continua
registrando a paisagem e as transformações pelas quais passa a região no
decorrer do século XIX. Documenta o incremento da lavoura de cana-de-açúcar e
café, o trabalho escravo nos engenhos, as queimadas e derrubada das matas para
plantio e, em menor número, a capital paulista.
45)
É de
Florence um dos poucos desenhos do interior da antiga Igreja da Sé (s.d) de São
Paulo. Por essa produção é reconhecido como um dos pioneiros da iconografia
paulista.
46)
Hercule
Florence é precursor também em outro campo: o dos processos químicos de
reprodução de imagens.
47)
Em
busca da simplificação dos procedimentos comuns na época (restritos aos
diferentes tipos de gravura como, por exemplo, a litografia e a xilogravura),
inventa, em 1830, o que chama de polygraphie [poligrafia], método de impressão
em cores semelhante ao atual mimeógrafo.
48)
A
partir de 1832, começa a investigar as possibilidades de fixação da imagem
utilizando a câmera escura por meio de um elemento que mude de cor pela ação da
luz.
49)
Com
a ajuda do boticário Joaquim Correa de Mello, realiza experiências fotoquímicas
que dão origem a imagens batizadas de photographie [fotografia] em 1833. Ou
seja, quase na mesma época que Joseph Nicéphore Niépce (1765 - 1833) e Louis
Jacques Mandé Daguerre (1781 - 1851), na França, e William Henry Fox Talbot
(1800 - 1877), na Inglaterra, e sob condições científicas muito diversas, Florence produz cópias fotográficas de desenhos em Campinas.
50)
Entre
os exemplares realizados, restam hoje as impressões fotográficas do
"Diploma da Maçonaria" (ca.1833) e de rótulos de farmácia (s.d). Como
reconhecimento a seu trabalho iconográfico é declarado Membro Correspondente do
Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico do Brasil em 1877. Falece em
Campinas dois anos depois.
51)
“Não teria eu iniciado a arte mais do que
maravilhosa de desenhar qualquer objeto, sem dar-me ao trabalho de o fazer com
a própria mão?” A
indagação é do fotógrafo, desenhista, tipógrafo e naturalista francês
Antoine Hercule Romuald Florence (1804-1879) e foi feita, em 24 de junho
de 1833, em seu diário Livre d’annotations et de premiers matériaux.
52)
Ele se referia a suas pesquisas
e experimentos no campo da fotografia, que o haviam levado
a inventar, ele também e no Brasil, um processo de criação
fotográfica.
53)
A Brasiliana Fotográfica destaca um dos mais antigos
registros fotográficos existentes no continente americano – feito na vila de
São Carlos, atual Campinas, no Estado de São Paulo.
54)
Trata-se de um conjunto de rótulos para frascos
farmacêuticos produzidos por Hercule Florence, a partir das informações
recebidas do boticário Joaquim Corrêa de Mello (1816-1877) sobre as
propriedades do nitrato de prata.
55)
A imagem foi feita em um papel
sensibilizado fotograficamente com cloreto de prata em contato com um desenho
produzido com ponta metálica sobre um vidro previamente enegrecido com fuligem,
que foi exposto à luz do sol.
56)
Na mesma época da descoberta de Florence no Brasil, os
franceses Joseph Nicéphore Niépce (1765-1833), Hipollyte Bayard (1801-1887) e
Louis Jacques Mandé Daguerre (1787-1851) e o inglês William Henry Fox Talbot
(1800-1877) faziam experimentos e investigações no campo da fotografia.
57)
Também em seu Livre d´annotations et les premiers matériaux, em 1834,
Florence usa pela primeira vez o verbo photographier – cinco anos antes da palavra
ser utilizada na Europa.
58)
Florence deixou uma descrição do procedimento adotado
por ele para obter o registro fotográfico, em 1833.
60)
Em meados de
1976, foi testado, com sucesso, nos laboratórios do Rochester Institute of
Technology, nos Estados Unidos, sob a chefia do professor Thomas Hill.
61)
Em outubro do mesmo ano, a pesquisa de Kossoy foi
apresentada no III Simpósio da História da Fotografia, na George Eastman House,
em Rochester.
62)
Foi a partir da pesquisa e do teste
realizados por Kossoy, aos quais se seguiu a publicação, pelo pesquisador
brasileiro, do livro “1833: a Descoberta Isolada da Fotografia no Brasil” (1980), que
Hercule Florence tornou-se internacionalmente conhecido.
63)
Inventor de um dos primeiros métodos de
fotografia do mundo, Florence nasceu em Nice, em 29 de fevereiro de 1804,
chegou ao Brasil em 1824 e aqui viveu até sua morte, em 27 de março de 1879, em
Campinas.
64)
As
imagens que ele fez, dos rótulos de farmácia, pertencente ao acervo do Instituto
Moreira Salles, integra uma pequena série de desenhos impressos
fotograficamente produzida por Florence, que são os mais antigos registros
fotográficos nas Américas.
65)
Obra
que resgata e comprova a realização dos experimentos precursores de Hercule Florence
com métodos de “impressão pela luz”, que o levaram a uma descoberta
independente da fotografia no interior do Brasil, a partir de 1833.
66)
Uma
descoberta que o coloca entre os pioneiros mundiais da fotografia, assunto que
mereceu destacada divulgação internacional nos últimos 30 anos.
67)
A
contribuição de Florence para a história da técnica, da ciência e das artes no
Brasil é extensa.
68)
É
destacada a diversidade de suas pesquisas e descobertas em diferentes campos,
para que os leitores tenham uma idéia dos assuntos que foram objeto de
investigações ao longo de sua vida com especial ênfase à sua participação como
membro-desenhista da expedição científica chefiada pelo barão de Langsdorff,
atividade em que se viu envolvido pouco depois de sua chegada ao Brasil.
69)
Trata-se
de lendária missão, seja sob o ponto de vista da ciência, seja sob a
perspectiva da aventura, que percorreu o interior do Brasil entre 1825 e 1829.
70)
Coube
a Florence a produção de grande parte da documentação iconográfica e o relato
dessa expedição, cujos fatos eram praticamente desconhecidos da comunidade
científica até o final do século XIX.
71)
É
situado o contexto que caracterizava o Brasil dos inícios do século XIX, de
forma a melhor se avaliar a produção de Florence no interior de uma estrutura
socioeconômica de características coloniais e ambiente cultural adverso. É
referido, igualmente o ambiente sociocultural da Europa nos fins do século
XVIII e princípios do XIX, período em que a ciência e a técnica se vêm
impulsionados, em função da Revolução Industrial que se processava nos grandes
centros, berço de importantes descobertas, inclusive da fotografia. Nesse
particular são destacados os aspectos fundamentais das descobertas de Nièpce,
Daguerre, Fox Talbot e Bayard assim como a divulgação da descoberta de Daguerre
pela imprensa brasileira.
72)
A
descoberta do processo fotográfico de Florence sempre despertou diferentes
níveis de interesse e curiosidade em meio à comunidade internacional dos
estudiosos das imagens, o que é muito natural.
73)
O
que motivou Florence a viajar para o Brasil? O que o levou à descoberta de um
processo fotográfico? Qual era a sua formação? Florence tornou pública a sua
descoberta? Por que não a comunicou a alguma academia científica? Por que não
retornou à Europa? Quais as razões que o fizeram fixar-se no Brasil? Por que
sua descoberta veio à luz tão tardiamente, quase um século e meio após sua
realização? A pesquisa que comprova a descoberta de Florence fundamenta-se em
fontes primárias?
74)
Os
manuscritos de Florence datam exatamente da época em que realizava suas
descobertas ou são posteriores a 1839? Quais os materiais, métodos e técnicas
que empregou para a sensibilização e fixação de seus exemplares fotográficos?
75)
No
livro acham-se respondidas essas e outras questões a partir dos textos
constantes dos manuscritos – extraídos dos vários diários de anotações — e dos
exemplares copiados por processos fotográficos, além de outros documentos
comprobatórios, fontes primárias essas exaustivamente analisadas e
interpretadas.
76)
Finalmente,
pela confirmação dos processos utilizados por Florence, através das
experiências fotoquímicas fielmente repetidas, em 1976, pelo Rochester
Institute of Technology (N.York), demonstramos que houve, concretamente,
experiências precursoras com materiais fotossensíveis na Vila de São Carlos
(Campinas), a partir de 1833.
78)
Nesta
terceira edição do livro, pela Editora da Universidade de São Paulo, os
leitores são contemplados com a reprodução dos textos dos manuscritos, conforme
o original em francês, acompanhados da devida transcrição e tradução para
o português.
79)
No Brasil, o francês radicado em Campinas (São Paulo), Hércules Florence conseguiu resultados superiores aos de Daguerre,
pois desenvolveu negativos.
Contudo, apesar das tentativas de disseminação do seu invento, ao qual denominou "Photographie" - foi o legítimo inventor da palavra - não obteve reconhecimento à época. Sua vida e obra só foram devidamente resgatadas em 1976 por Boris Kossoy.
Contudo, apesar das tentativas de disseminação do seu invento, ao qual denominou "Photographie" - foi o legítimo inventor da palavra - não obteve reconhecimento à época. Sua vida e obra só foram devidamente resgatadas em 1976 por Boris Kossoy.
80)
Hercule Florence foi um inventor, desenhista, pintor.alavras.
Seu nome batiza ruas em Campinas, no interior de São Paulo, e em Santos, no
litoral paulista. O que hoje conhecemos por fotografia tem origem nele.
81)
Seus desenhos e aquarelas de Hercule Florence questionam a
permanência, até os dias de hoje, das questões ligadas à preservação da fauna e
da flora, e da colonização marcada pela escravidão indígena e africana.
82)
Durante a Expedição Langsdorff, Hercule Florence registrou em
desenhos e aquarelas as paisagens, fauna, flora, tipos e cenas cotidianas dos
locais por onde passou, criando um valioso material iconográfico, especialmente
sobre as populações indígenas que habitavam o território brasileiro naquela
época, desde São Paulo, passando pelo Mato Grosso, até o Amazonas.
83)
Os desenhos e relatos produzidos por Florence tiraram das
sombras um Brasil até então desconhecido da comunidade científica.
84)
Quando a Expedição Langsdorff chegou ao fim, Hercule Florence
decidiu que seu lugar, definitivamente, não era na cidade de Nice, na França,
onde nasceu, nem em Mônaco onde passou a infância. Adotou a vila de São Carlos,
hoje Campinas, como seu lar definitivo.
85)
Hercule Florence ganhou grande reconhecimento em razão
da Expedição, mas foi com a fotografia que o franco-brasileiro definitivamente
conquistou seu espaço na memória da sociedade.
86)
Florence é mundialmente reconhecido como um dos
inventores do processo fotográfico, tendo se debruçado sobre as pesquisas e
aplicações do nitrato de prata sob a luz em 1833.
88)
Como lembra o pesquisador Boris Kossoy no livro “Hercule Florence: A descoberta isolada da fotografia no Brasil”,
o inventor foi responsável por uma descoberta isolada da fotografia, mantida
praticamente no anonimato por cerca de 140 anos.
89)
Atualmente, Hercule Florence é lembrado junto de nomes
como Nièpce, Daguerre, Fox Talbot e Bayard como um dos precursores do processo
fotográfico. Ignorar sua contribuição para o surgimento da fotografia é um erro
e tanto!
90)
Se não bastassem os desenhos, relatos e a isolada
descoberta da fotografia no interior paulista, Hercule Florence também se
dedicou à imprensa e seus processos de impressão e, mais tarde, já nos últimos
anos de vida, à agricultura.
91)
Hercule Florence foi casado duas vezes e deixou vinte
filhos, sendo treze do primeiro casamento com Maria Angélica Vasconcellos e
sete do segundo casamento com a alemã Carolina Krug.
94)
Outras informações além de um rico acervo do que
foi produzido por Hercule Florence podem ser encontradas no site do
Instituto Hercule Florence, que desde 2015 tem promovido exposições e mostras
itinerantes.
95)
Na manhã de 11 de abril de 1828, em Mato Grosso, os
expedicionários desembarcaram na margem esquerda do rio Arinos. Ali estava a
maloca dos Apiaká que os receberam alegremente. Segundo Florence, os Apiká
“eram de índole pacífica, muito dóceis de estatura regular e bem feitos de
talhe. Alegres e receptivos, tinham a fisionomia menos selvagem e algumas
jovens se assemelhavam às mulheres do sul da Europa. Sua pele não era tão
acobreada, pois viviam sob densas florestas e em moradia espaçosa”.
96)
Florence
havia manifestado ao botânico Joaquim Corrêa de Mello o desejo de encontrar uma
forma alternativa de impressão por meio da luz do Sol, que não precisasse das
pesadas máquinas de tipografia, e um meio simples em que as pessoas pudessem
imprimir. Corrêa de Mello informou a Florence que as substâncias que poderiam
atender às suas necessidades seriam os sais de prata, pois esses sais escureciam
em função da luz.
97)
Insistentemente
Hércules Florence registrou, em seus manuscritos, seu lamento e pesar por não
ver seus inventos reconhecidos pelo mundo. Embora tenha pesquisado e trabalhado
em vários inventos, ele jamais conseguiu sequer reconhecimento por uma única
pessoa.
98)
Hércules
Florence construiu, de maneira muito rudimentar, uma câmera obscura, utilizando
a paleta de pintor e a lente de um monóculo, e conseguiu uma imagem precária da
vista da janela de sua casa num papel sensibilizado com sais de prata, depois
de quatro horas de exposição. Essa imagem acabou se perdendo, deteriorando-se
como tantas outras objetos que ele tinha.
99)
Hércules
Florence mencionou também uma fotografia que teria feito da cadeia pública de
Campinas.
100)
Hércules
Florence conseguiu gravar imagens, em Campinas, com câmera obscura e sais de
prata, seis anos antes de Daguerre, na Europa.
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