DOM
PEDRO I
1) Dom Pedro I (Queluz, 12 de outubro de 1798 – Queluz, 24 de setembro de 1834), foi o primeiro Imperador do Brasil como Pedro I de 1822 até sua abdicação em 1831.
1) Dom Pedro I (Queluz, 12 de outubro de 1798 – Queluz, 24 de setembro de 1834), foi o primeiro Imperador do Brasil como Pedro I de 1822 até sua abdicação em 1831.
3)
Era o quarto filho do rei João VI de Portugal e sua esposa a infanta Carlota Joaquina da Espanha, sendo assim um membro da Casa de Bragança.
4)
Pedro viveu seus primeiros anos de vida em Portugal até que tropas
francesas invadiram o país em 1807, forçando a transferência da
família real para o Brasil.
5)
A eclosão da Revolução Liberal do Porto, em 1820, forçou a volta de João VI para Portugal em
abril do ano seguinte, ficando Pedro no Brasil como seu regente.
6)
Ele precisou lidar com ameaças de tropas portuguesas
revolucionárias e insubordinadas, com todas no final sendo subjugadas.
7)
Desde a chegada da família real portuguesa em 1808, o Brasil
tinha gozado de grande autonomia política, porém a ameaça do governo português
de revogar essas liberdades criou grande descontentamento na colônia.
8)
Pedro ficou do lado dos brasileiros e declarou a Independência do Brasil em 7 de setembro de 1822.
9)
Foi aclamado como seu imperador no dia 12 de outubro e
derrotou todas as forças fiéis a Portugal até março de 1824.
10)
Alguns meses depois, esmagou a Confederação do Equador, uma revolta separatista que havia eclodido em Pernambuco e se alastrado
para outras províncias do nordeste brasileiro.
11)
Uma nova rebelião se iniciou na província Cisplatina no começo de 1825, com a subsequente tentativa
por parte das Províncias Unidas do
Rio da Prata de anexá-la levando
o Brasil a entrar na Guerra da Cisplatina.
12)
A situação piorou em 1828 quando a guerra no sul fez o
Brasil perder a Cisplatina, que tornou-se o país independente do Uruguai. Pedro acabou
morrendo de tuberculose em
24 de setembro de 1834, poucos meses depois dele e os liberais terem se saído
vitoriosos.
13)
Uma nova rebelião se iniciou na província Cisplatina no começo de 1825, com a subsequente tentativa
por parte das Províncias Unidas do
Rio da Prata de anexá-la levando
o Brasil a entrar na Guerra da Cisplatina.
16)
Mais dificuldades sugiram no parlamento brasileiro,
onde os debates políticos passaram a ser dominados a partir de 1826 com a
discussão sobre se o governo deveria ser escolhido pelo imperador ou pela
legislatura.
17)
Pedro foi incapaz de lidar com os problemas simultâneos
do Brasil e Portugal, por fim abdicando do trono
brasileiro em 7 de abril de 1831
em favor de seu filho mais novo Pedro II e partindo para a Europa.
18)
Pedro invadiu Portugal em julho de 1832 no comando de um
exército. Inicialmente seu envolvimento parecia ser em uma guerra civil
portuguesa, porém logo o conflito ficou maior e englobou toda a Península Ibérica em uma disputa entre defensores do liberalismo e aqueles que
queriam a volta do absolutismo.
19)
Ele foi considerado por contemporâneos e pela posteridade
como uma figura importante que auxiliou na propagação dos ideais liberais que
haviam permitido que o Brasil e Portugal deixassem os regimes absolutistas para
formas mais representativas de governo.
20)
Pedro nasceu na manhã de 12 de outubro de 1798 no Palácio Real de Queluz, Portugal. Ele foi nomeado
em homenagem a São Pedro de Alcântara e seu nome completo era Pedro de Alcântara
Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José
Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim.
24)
Sua mãe era a infanta Carlota Joaquina, filha do rei Carlos IV da Espanha e sua esposa Maria Luísa de Parma.
25)
Sua mãe era a infanta Carlota Joaquina, filha do rei Carlos IV da Espanha e sua esposa Maria Luísa de Parma.
26)
Havia relatos de que ela era infiel com o marido, chegando ao
ponto de conspirar contra ele junto com nobres portugueses insatisfeitos.
27)
Pedro era o segundo filho menino mais velho de João e Carlota
Joaquina, o quarto filho no geral, tornando-se o herdeiro aparente de seu
pai com o título de Príncipe da Beira em 1801 após a morte de seu irmão mais velho
D. Francisco Antônio.
28)
Príncipe da Beira é, desde 1734,
o título conferido ao primogénito do herdeiro presuntivo da Coroa de Portugal, o qual, por sua vez
tem actualmente o título de Príncipe Real de Portugal.
29)
João desde 1792 atuava como regente em nome de sua mãe Maria
I, que havia sido declarada mentalmente insana e incapaz de governar.
30)
Os pais de Pedro se afastaram em 1802; João foi viver
no Palácio Nacional de Mafra
enquanto Carlota Joaquina ficou no Palácio do
Ramalhão.
31)
Pedro e seus irmãos D. Maria Teresa, D. Maria Isabel, D. Maria Francisca, D. Isabel Maria e D. Miguel foram viver no Palácio de Queluz junto com sua
avó a rainha, longe dos pais que viam apenas durante ocasiões de estado.
32)
No final de novembro de 1807, quando Pedro tinha apenas nove
anos de idade, o exército francês do imperador Napoleão Bonaparte invadiu Portugal e toda a família
real portuguesa fugiu de Lisboa.
33)
A corte atravessou o oceano Atlântico até chegar em março do ano seguinte à cidade
do Rio de Janeiro, então capital do Brasil, a maior e mais rica
colônia de Portugal.
34)
Pedro leu Eneida de Virgílio durante a viagem
e conversou com vários membros da tripulação de seu navio, aprendendo noções de
navegação.
35)
No Brasil, após uma breve estada no Paço Real, Pedro e seu irmão
Miguel estabeleceram-se junto com seu pai no Paço de São Cristóvão.
36)
Pedro amava o pai, apesar de nunca ter sido íntimo dele,
ressentindo a constante humilhação que João sofria nas mãos de Carlota Joaquina
por causa dos casos extraconjugais dela.
37)
Como resultado, quando adulto Pedro abertamente chamava sua
mãe de "vadia" e sentia por ela nada além de desprezo.
38)
As experiências de traição, frieza e negligência que passou
quando criança tiveram grande impacto na formação de sua personalidade e
caráter quando adulto.
39)
Uma pequena quantidade de estabilidade durante sua infância
vinha da presença de sua aia Maria Genoveva do Rêgo e Matos, quem amou como uma
mãe, e seu aio e supervisor o frei Antônio de Arrábida, que tornou-se seu mentor.
40)
Ambos ficaram encarregados do crescimento do príncipe e
tentaram lhe dar uma educação adequada. Seus estudos englobavam uma grande gama
de assuntos que incluíam matemática, economia política, lógica, história e geografia.
41)
Pedro aprendeu a ler e escrever em português, além de latim e francês.
Também conseguia traduzir textos do inglês e entender alemão. Mais tarde como imperador, Pedro dedicaria pelo menos duas horas de seu dia para ler e estudar.
Também conseguia traduzir textos do inglês e entender alemão. Mais tarde como imperador, Pedro dedicaria pelo menos duas horas de seu dia para ler e estudar.
43)
O historiador Otávio Tarquínio de Sousa afirmou que Pedro "era sem sombra de dúvida
inteligente, astuto [e] perspicaz".
44)
Entretanto, o historiador Roderick J. Barman escreveu que
tinha uma natureza "muito efervescente, muito errática e muito
emocional".
45)
Pedro permaneceu impulsivo, nunca aprendeu a exercer
auto-controle, avaliar as consequências de suas decisões ou adaptar seu
panorama para situações em mudança.
46)
João jamais permitiu que alguém disciplinasse o filho. Este
às vezes contornava sua rotina de duas horas de estudos diários ao dispensar
seus instrutores para poder realizar atividades que considerava como mais
interessantes.
47)
Pedro encontrava prazer em atividades que necessitavam de
habilidades físicas em vez de ficar na sala de aula.
Ele treinou equitação na Fazenda Santa Cruz de seu pai, tornando-se um bom cavaleiro e um excelente ferrador.
Ele treinou equitação na Fazenda Santa Cruz de seu pai, tornando-se um bom cavaleiro e um excelente ferrador.
48)
Pedro e seu irmão Miguel gostavam de sair caçando a cavalo
através de terrenos desconhecidos e florestas, às vezes até mesmo de noite e
sob mau tempo.
49)
O príncipe mostrava talento para desenho e artesanato,
fazendo por conta própria mobílias e entalhando madeira.
50)
Pedro também gostava bastante de música,
transformando-se em um hábil compositor sob a tutela de Marcos Portugal.
Tinha uma boa voz para o canto e era proficiente em diversos instrumentos (incluindo piano, flauta e violão), conseguindo tocar canções e danças populares.
Tinha uma boa voz para o canto e era proficiente em diversos instrumentos (incluindo piano, flauta e violão), conseguindo tocar canções e danças populares.
51)
Pedro era um homem simples tanto em hábitos quanto ao lidar com
outras pessoas.
Exceto em ocasiões solenes quando era necessário usar vestuários elegantes, suas roupas diárias consistiam em calças brancas de algodão, uma jaqueta listrada também de algodão e um chapéu de palha com abas largas, ou ainda uma sobrecasaca e cartola para situações mais formais.
Exceto em ocasiões solenes quando era necessário usar vestuários elegantes, suas roupas diárias consistiam em calças brancas de algodão, uma jaqueta listrada também de algodão e um chapéu de palha com abas largas, ou ainda uma sobrecasaca e cartola para situações mais formais.
52)
Ele frequentemente entrava em conversas com pessoas nas ruas
querendo saber sobre seus problemas.
53)
A personalidade de Pedro era marcada por uma vontade enérgica
que beirava a hiperatividade. Era impetuoso com uma tendência para ser
dominador e temperamental.
Se distraia ou ficava entediado facilmente, entretendo-se com namoricos em sua vida pessoal além de suas atividades equestres e de caça. Seu espírito inquieto o fazia buscar aventuras e, certas vezes disfarçado de viajante, frequentava tavernas nos distritos de pior reputação do Rio de Janeiro.
Se distraia ou ficava entediado facilmente, entretendo-se com namoricos em sua vida pessoal além de suas atividades equestres e de caça. Seu espírito inquieto o fazia buscar aventuras e, certas vezes disfarçado de viajante, frequentava tavernas nos distritos de pior reputação do Rio de Janeiro.
55)
Seu primeiro caso duradouro conhecido foi com uma dançarina
francesa chamada Noémi Thierry, que teve uma criança natimorta dele.
56)
Seu pai, que em 1816 tornou-se rei João VI com a morte de
Maria I, enviou Thierry para longe a fim que ela não ameaçasse o noivado de
Pedro com a arquiduquesa Leopoldina da Áustria, filha do imperador Francisco I da Áustria e a princesa Maria Teresa da Sicília.
57)
Pedro e Leopoldina casaram-se por procuração no dia 13 de
maio de 1817, com ela assumindo o nome de Maria Leopoldina.
58)
Esta chegou ao Rio de Janeiro em 5 de novembro,
imediatamente se apaixonando pelo marido, que era muito mais charmoso e
atraente do que fora levada a esperar. Após "anos sob o sol tropical, sua
pele ainda era clara, suas bochechas rosadas".
59)
Pedro, então com dezenove anos, era bonito e um pouco mais
alto do que a média, possuindo olhos negros e um cabelo castanho escuro.
"Sua boa aparência", segundo o historiador Neill Macaulay, "devia-se muito ao seu porte, orgulhoso e ereto mesmo em tenra idade, e sua preparação, que foi impecável.
"Sua boa aparência", segundo o historiador Neill Macaulay, "devia-se muito ao seu porte, orgulhoso e ereto mesmo em tenra idade, e sua preparação, que foi impecável.
60)
Habitualmente arrumado e limpo, ele havia pego o costume
brasileiro de tomar banho frequentemente".
A missa nupcial ocorreu no dia seguinte, com a ratificação dos votos feitos anteriormente por procuração.[37] O casal teve sete filhos: D. Maria, D. Miguel, D. João Carlos, D. Januária, D. Paula, D. Francisca e D. Pedro.
A missa nupcial ocorreu no dia seguinte, com a ratificação dos votos feitos anteriormente por procuração.[37] O casal teve sete filhos: D. Maria, D. Miguel, D. João Carlos, D. Januária, D. Paula, D. Francisca e D. Pedro.
61)
Independência
do Brasil é um processo que se estende de 1821 a 1825 e
coloca em violenta oposição o Reino do Brasil e
o Reino de Portugal, dentro do Reino Unido de Portugal, Brasil e
Algarves.
As Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa, instaladas em 1820, como uma consequência da Revolução Liberal do Porto, tomam decisões, a partir de 1821, que tinham como objetivo reduzir novamente o Brasil ao seu antigo estatuto colonial.
As Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa, instaladas em 1820, como uma consequência da Revolução Liberal do Porto, tomam decisões, a partir de 1821, que tinham como objetivo reduzir novamente o Brasil ao seu antigo estatuto colonial.
62)
Porém, em 1820, uma revolução liberal eclodiu em Portugal e a família real
foi forçada a retornar para Lisboa.
63)
Antes de sair, no
entanto, D. João nomeia o seu filho mais velho, D. Pedro de Alcântara de Bragança,
como Príncipe Regente do Brasil (1821).
64)
Fiel ao seu pai, o príncipe-regente
vê sua condição complicada pela vontade política das cortes portuguesas
em repatriá-lo e
de retornar o Brasil ao seu antigo
estatuto colonial.
65)
Oficialmente, a data comemorada para
independência do Brasil é a de 7 de setembro de 1822, em que ocorreu o chamado "Grito do Ipiranga", às
margens do riacho Ipiranga (atual cidade de São Paulo).
66)
Em 12 de outubro de 1822, o príncipe foi proclamado imperador pelo nome
de Pedro I e o país leva o nome de Império do Brasil.
67)
Chegaram no Brasil em 17 de outubro de 1820 notícias de que
guarnições militares em Portugal haviam se amotinado, levando a que
posteriormente ficaria conhecida como a Revolução Liberal do Porto de
1820.
68)
Os militares formaram um governo provisório e suplantaram a
regência que João havia nomeado, convocando as Cortes, o parlamento centenário
português, desta vez democraticamente eleito e com o objetivo de criar uma
constituição nacional.
69)
Assim começou a guerra de
independência que vê nascer e
atuar o exército brasileiro, formado a partir da contratação de mercenários,
do alistamento de civis e de tropas coloniais portuguesas, contra aquelas que permaneceram fiéis ao Reino de Portugal em algumas partes do país.
do alistamento de civis e de tropas coloniais portuguesas, contra aquelas que permaneceram fiéis ao Reino de Portugal em algumas partes do país.
70)
Em meio ao conflito, há em Pernambuco o levantamento
da Confederação do Equador, que pretendia formar seu próprio governo, republicano, mas foi duramente
reprimido.
71)
Depois de três anos de conflito armado, Portugal finalmente
reconheceu a independência do Brasil, e em 29 de agosto de 1825 foi assinado o Tratado de Amizade e Aliança firmado entre Brasil e Portugal.
72)
Em troca, o Brasil se comprometeu a pagar ao Reino de Portugal uma
indenização substancial e assinar um tratado de comércio com o Reino Unido, para indenizá-lo
por sua mediação.
73)
Pedro era visto com suspeitas por João e pelos conselheiros
mais próximos do rei, todos os quais apegavam-se aos princípios de uma monarquia absolutista.
Em contraste, o príncipe era bem conhecido como um grande defensor dos ideais do liberalismo e de uma monarquia constitucional representativa.
Em contraste, o príncipe era bem conhecido como um grande defensor dos ideais do liberalismo e de uma monarquia constitucional representativa.
74)
Ele havia lido os trabalhos de Voltaire, Benjamin Constant, Gaetano Filangieri e Edmund Burke. Até mesmo
sua esposa Maria Leopoldina comentou que "Meu esposo, Deus nos ajude, ama
as novas ideias".
João adiou o máximo possível a partida de Pedro, temendo que o filho fosse aclamado rei pelos revolucionários assim que chegasse em Portugal.
João adiou o máximo possível a partida de Pedro, temendo que o filho fosse aclamado rei pelos revolucionários assim que chegasse em Portugal.
75)
O príncipe recebeu uma petição em 9 de janeiro de 1822
contendo oito mil assinaturas que imploravam para que não partisse. Pedro
respondeu afirmando que "Se é para o bem de todos e felicidade geral da
Nação, estou pronto. Digam ao povo que fico!"; este evento ficou conhecido
como o Dia do Fico.
76)
Enquanto voltava de São Paulo, Pedro recebeu no dia 7 de setembro as notícias
de que as Cortes não aceitariam a autorregulamentação no Brasil e puniriam todos que desobedecessem
suas ordens.
"Nunca alguém que evitava a ação mais dramática sobre o impulso imediato", como escreveu Berman sobre o príncipe, ele "não precisou de mais tempo para decisão além do que ler as cartas exigiam".
"Nunca alguém que evitava a ação mais dramática sobre o impulso imediato", como escreveu Berman sobre o príncipe, ele "não precisou de mais tempo para decisão além do que ler as cartas exigiam".
77)
Pedro montou sua égua e disse para os presentes:
"Amigos, as Cortes Portuguesas querem escravizar-nos e perseguir-nos. A
partir de hoje as nossas relações estão quebradas. Nenhum vínculo unir-nos mais
[...] Para o meu sangue, minha honra, meu Deus, eu juro dar ao Brasil a
liberdade. Brasileiros, que nossa palavra de ordem seja a partir de hoje
'Independência ou morte!'".
78)
O príncipe foi aclamado em 12 de outubro como Imperador D.
Pedro I, o dia de seu aniversário de 24 anos e também a data oficial da fundação
do Império do Brasil. Ele foi coroado em 1 de dezembro.
79)
Sua ascensão não se estendeu imediatamente por todos os
territórios brasileiros e Pedro teve que forçar a submissão de várias
províncias nas regiões sudoeste, nordeste e norte, com as últimas unidades
ainda leais a Portugal se rendendo apenas no começo de 1824.
80)
Enquanto isso a relação de Pedro e José Bonifácio se
deteriorou.
A situação chegou ao ápice quando o imperador dispensou o ministro sob os motivos de conduta inapropriada. José Bonifácio tinha usado sua posição para assediar, perseguir, prender e até mesmo exilar seus inimigos políticos.
Por meses os inimigos do ministro tinham trabalhado para ganhar o favor do imperador. Esses haviam conferido a Pedro em 13 de maio de 1822 enquanto ainda era regente o título de "Defensor Perpétuo do Brasil",
também lhe introduzindo à Maçonaria em 2 de agosto e posteriormente o fazendo grão-mestre em 7 de outubro no lugar do próprio José Bonifácio.
A situação chegou ao ápice quando o imperador dispensou o ministro sob os motivos de conduta inapropriada. José Bonifácio tinha usado sua posição para assediar, perseguir, prender e até mesmo exilar seus inimigos políticos.
Por meses os inimigos do ministro tinham trabalhado para ganhar o favor do imperador. Esses haviam conferido a Pedro em 13 de maio de 1822 enquanto ainda era regente o título de "Defensor Perpétuo do Brasil",
também lhe introduzindo à Maçonaria em 2 de agosto e posteriormente o fazendo grão-mestre em 7 de outubro no lugar do próprio José Bonifácio.
81)
Portugal acabou assinando um tratado com o Brasil em 29 de
agosto de 1825 após longas negociações, por fim reconhecendo a independência do
segundo.
82)
Um pequeno grupo de rebeldes com o apoio das Províncias Unidas do
Rio da Prata declarou em abril
de 1825 a independência da Cisplatina, então a província mais ao sul do Brasil.
83)
O governo brasileiro inicialmente viu a tentativa de secessão
como um levante menor. Demorou meses até uma ameaça maior surgir do
envolvimento das Províncias Unidas, que esperava anexar a Cisplatina, causando
assim preocupações sérias.
84)
Apesar de nunca ter sido fiel a Maria Leopoldina, Pedro
anteriormente tinha tomado o cuidado de esconder suas escapadas sexuais com outras
mulheres. Porém, sua atração por sua nova amante "tinha se tornando
flagrante e sem limites", enquanto sua esposa precisava aguentar desfeitas
e ser o assunto de fofocas.
O imperador cada vez mais passou a ser rude e vil com Maria Leopoldina, deixando-a com pouco dinheiro, proibindo-a de deixar o palácio e forçando-a a aturar a presença de Domitila como sua dama de companhia. Enquanto isso, a amante aproveitou a oportunidade para avançar seus interesses e também os de sua família e amigos. Aqueles que desejavam favores ou a promoção de projetos cada vez mais ignoravam os canais legais e normais, ao invés disso procurando Domitila por ajuda.
O imperador cada vez mais passou a ser rude e vil com Maria Leopoldina, deixando-a com pouco dinheiro, proibindo-a de deixar o palácio e forçando-a a aturar a presença de Domitila como sua dama de companhia. Enquanto isso, a amante aproveitou a oportunidade para avançar seus interesses e também os de sua família e amigos. Aqueles que desejavam favores ou a promoção de projetos cada vez mais ignoravam os canais legais e normais, ao invés disso procurando Domitila por ajuda.
85)
Enquanto isso a guerra continuou sem conclusão e Pedro
acabou cedendo a Cisplatina em agosto de 1828, com a província tornando-se o
país independente do Uruguai.
86)
Princesas de várias nações recusaram propostas de casamento
uma depois da outra devido a má reputação do imperador pela Europa. Seu orgulho ficou muito ferido e ele acabou permitindo a volta de Domitila, que chegou na capital em 29 de abril de 1829 após quase um ano longe.
uma depois da outra devido a má reputação do imperador pela Europa. Seu orgulho ficou muito ferido e ele acabou permitindo a volta de Domitila, que chegou na capital em 29 de abril de 1829 após quase um ano longe.
87)
Desde os dias da assembleia constituinte de 1823 e depois com
vigor renovado a partir de 1826 com a abertura do parlamento brasileiro, houve
uma disputa ideológica sobre o equilíbrio dos poderes mantidos pelo imperador e
pela legislatura no governo.
88)
Outra fonte de críticas por parte dos Liberais eram as visões
abolicionistas de Pedro. O imperador tinha concebido um processo gradual
para eliminar a escravidão no país.
89)
Em 11 de março de 1831, naquilo que ficou conhecido como
a Noite das Garrafadas, os portugueses retaliaram e o tumulto tomou as ruas
da capital nacional. Pedro dispensou o gabinete Liberal em 5 de abril, que
estava no poder apenas desde 19 de março, por motivos de incompetência ao
restaurar a ordem. Uma grande multidão incitada pelos radicais se reuniram
no centro do Rio de Janeiro na tarde do dia 6 de abril, exigindo a imediata
restauração do antigo gabinete. Pedro respondeu afirmando que "Tudo
farei para o povo; nada, porém, pelo povo". Tropas do exército,
incluindo sua guarda pessoal, desertaram após o anoitecer e se juntaram aos
protestos.
90)
Foi apenas nesse momento que Pedro percebeu o quanto
tinha ficado isolado e separado dos assuntos brasileiros, surpreendendo todos
ao abdicar do trono à aproximadamente 3h00min da madrugada de 7 de
abril. Ele entregou o documento da abdicação a um mensageiro e afirmou:
"Aqui está a minha abdicação; desejo que sejam felizes! Retiro-me para a
Europa e deixo um país que amei e que ainda amo".
91)
Pedro, Amélia e outros embarcaram na fragata britânica
HMS Warspite na manhã
do dia 7 de abril. A embarcação permaneceu ancorada no Rio de Janeiro e o
antigo imperador foi transferido para o HMS Volage em 13 de abril, partindo no mesmo dia para a Europa.
92)
Charles John Napier, um comandante naval britânico que lutou com Pedro na
década de 1830, comentou que “suas boas qualidades eram próprias; as ruins
devido à falta de educação; e nenhum homem era mais sensível a isso do que o
próprio”.
93)
Ele ajoelhou-se diante de Maria e disse:
"Minha senhora, aqui estás um general português que irá manter os seus
direitos e restaurar sua coroa". Sua filha o abraçou em seguida em
lágrimas. Pedro partiu para o arquipélago atlântico dos Açores,
o único território português que permanecera leal a Maria. Ele passou alguns
meses realizando preparações finais e por fim partiu para Portugal continental,
entrando na cidade do Porto sem oposição no dia 9 de julho. Pedro estava
na liderança de uma pequena força portuguesa composta por liberais como Almeida
Garrett e Alexandre Herculano, além de mercenários
estrangeiros e voluntários como o neto de La Fayette, Adrien Jules de
Lasteyrie.
94)
O exército de Pedro estava em grande
inferioridade numérica e foi cercado pelos liberais no Porto por
mais de um ano. Foi nesta situação que no começo de 1833 que recebeu as
notícias de que sua filha Paula estava para morrer.
95)
Pedro sempre gozou de saúde forte
durante toda sua vida, exceto por surtos de epilepsia a cada alguns
anos.
97)
Em 10 de setembro Pedro ficou de cama
no Palácio Real de Queluz e ditou uma carta aberta aos brasileiros em que
implorava a adoção da gradual abolição da escravidão: "Escravidão é um
mal, e um ataque contra os direitos e dignidade da espécie humana, porém suas
consequências são menos prejudiciais para aqueles que sofrem no cativeiro do
que para a Nação cujas leis ermitem a escravidão. Ela é um câncer que devora a
moralidade”. Pedro morreu às 14h30min do dia 24 de setembro de 1834 após uma longa e dolorosa doença.
98)
Conforme seu pedido, seu coração foi
colocado na Igreja da Lapa no Porto, enquanto seu corpo foi inicialmente
enterrado no Panteão da Dinastia
de Bragança na Igreja de São Vicente de Fora, Lisboa.
99)
As notícias de sua morte chegaram no
Rio de Janeiro em 20 de novembro, porém seus filhos foram informados apenas em
2 de dezembro.
100)
José Bonifácio, que havia sido
removido de sua posição de guardião, escreveu a Pedro II e suas irmãs: “Dom
Pedro não morreu. Apenas homens ordinários morrem, heróis não”.
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