BARÃO
DE MAUÁ
1) Irineu Evangelista de Sousa,Visconde de Mauá (Arroio Grande, 28 de dezembro de 1813 – Petrópolis, 21 de outubro de 1889),
foi um comerciante, armador, industrial e banqueiro brasileiro.
1) Irineu Evangelista de Sousa,Visconde de Mauá (Arroio Grande, 28 de dezembro de 1813 – Petrópolis, 21 de outubro de 1889),
foi um comerciante, armador, industrial e banqueiro brasileiro.
2)
Ao longo de sua vida foi merecedor, por contribuição à
industrialização do Brasil no período do Império (1822-1889), dos títulos nobiliárquicos primeiro
de barão (1854)
e depois de Visconde de Mauá (1874).
3)
Foi pioneiro em várias áreas da economia do Brasil. Dentre
as suas maiores realizações encontra-se a implantação da primeira fundição de
ferro e estaleiro no país, a construção da primeira ferrovia brasileira,
a estrada de ferro Mauá, no atual
estado do Rio de Janeiro, o início da exploração do rio Amazonas e
afluentes, bem como o Guaíba e afluentes, no Rio Grande do Sul, com barcos a
vapor, a instalação da iluminação pública a gás na cidade
do Rio de Janeiro, a criação do terceiro Banco do
Brasil (o primeiro, de 1808, concretizou em 1829 a
possibilidade existente em seu estatuto de se dissolver ao final de 20 anos), e
a instalação do cabo
submarino telegráfico entre
a América do Sul e a Europa.
4)
Primeiro como barão, título recebido após construir a
primeira estrada de ferro da América do
Sul, e vinte anos depois, Visconde de Mauá, Irineu
Evangelista de Sousa é o principal representante dos primórdios do capitalismo na
América do Sul, ao incorporar e adotar, no Brasil, ainda no período do Império brasileiro (1822-1889), em suas empresas, os
recursos e maquinários aplicados na Europa e nos Estados
Unidos no período da Revolução Industrial do século XIX.
5)
É considerado, pelos registros históricos, como o
primeiro grande industrial brasileiro. Foi um dos grandes opositores da
escravatura e do tráfico de escravos, entendendo que somente a partir de um
comércio livre e trabalhadores libertos e com rendimentos poderia o Brasil
alcançar situação de prosperidade. Todavia, somente com a Lei Áurea, de 1888,
foi abolida a escravatura no Brasil, assinada pela princesa
regente Isabel.
6)
Nascido em uma família de proprietários de
pequena estância de criação de gado no Rio Grande do Sul, na
fronteira com a República do Uruguai.
7)
Irineu Evangelista de Sousa ascendeu socialmente pelos
seus próprios méritos, estudos e iniciativa, sendo considerado um dos
empreendedores mais importantes do Brasil, no século XIX, estando à frente de
grandes iniciativas e obras estruturadoras relacionadas ao progresso econômico
no Segundo Reinado.
8)
De início incompreendido e contestado por uma
sociedade rural e escravocrata, hoje é
considerado o símbolo dos empreendedores capitalistas brasileiros
do século XIX.
9)
Foi precursor, no Brasil, do liberalismo econômico,
defensor da abolição da escravatura, da valorização da mão-de-obra e do
investimento em tecnologia.
10)
No auge da sua carreira (1860), controlava dezessete
empresas localizadas em seis países (Brasil, Uruguai, Argentina, Inglaterra, França e Estados
Unidos).
11)
No balanço consolidado das suas empresas em 1867, o
valor total dos ativos foi estimado em 115 mil contos de réis (155 milhões
de libras esterlinas), enquanto o orçamento do Império, no mesmo ano,
contabilizava 97 mil contos de réis (97 milhões de libras esterlinas).
12)
Sua biografia ficou conhecida, principalmente, pela
exposição de motivos que apresentou aos credores e ao público ao ter a
falência do seu banco, a Casa Mauá & Cia., decretada em 1878.
13)
Natural da vila de Nossa Senhora da Conceição do Arroio
Grande, à época distrito de Jaguarão, na
então Capitania de São Pedro do Rio Grande do
Sul, atual Rio Grande
do Sul, era filho de João Evangelista de Ávila e Sousa e de
Mariana de Jesus Batista de Carvalho, sendo neto paterno do fundador da
freguesia, Manuel Jerônimo de Sousa.
14)
Aos cinco anos de idade, em 1818, Irineu ficou órfão
de pai (1818), assassinado por ladrões de gado.
16)
Todavia, como o novo esposo não desejava conviver com
os filhos do primeiro casamento da viúva, a filha mais velha, Guilhermina, foi
obrigada a casar com apenas doze anos de idade.
17)
E Irineu, aos oito anos, foi entregue para a guarda de
um tio — Manuel José de Carvalho (Arroio
Grande, 1802 – Rio Claro, 1º de novembro de 1875).
18)
Nesse período inicial de guarda com seu tio, Manuel
José de Carvalho, no interior de São Paulo, Irineu foi alfabetizado.
19)
Aos nove anos de idade, Irineu seguiu com outro tio,
José Batista de Carvalho, comandante de embarcação da marinha mercante, que
transportava em seu navio couros e charque do
porto do Rio Grande para o Rio de Janeiro, então capital do Império do Brasil.
20)
No Rio de Janeiro, em estabelecimento comercial
situado na Praça do Comércio, Irineu foi empregado, por indicação do tio, aos
nove anos de idade, e ali se ocupou como caixeiro do armazém, das sete horas da
manhã às dez da noite, a troco de moradia e comida.
21)
Aos onze anos foi trabalhar no comércio do português
Antônio Pereira de Almeida (1824), onde se vendiam desde produtos agrícolas até escravos — essa
última a maior fonte de renda do comerciante —, de quem se tornou empregado de
confiança, vindo a ser promovido, em 1828, a guarda-livros.
22)
Diante da falência do comerciante, na crise
do Primeiro Reinado (1822-1831) do Império do Brasil (1822-1889), liquidou as dívidas
do patrão.
23)
Por recomendação do antigo empregador, foi admitido na
empresa de importação do escocês Richard Carruthers em 1830, onde aprendeu inglês, contabilidade e
aperfeiçoou a arte de comerciar.
25)
Carruthers, percebendo o potencial de Irineu,
iniciou-o na maçonaria (Rito
de York), cujos ideais de ‘liberdade, igualdade e fraternidade’ tiveram
influência direta na postura do barão. Quando Carruthers retornou para o Reino Unido, em 1839,
Irineu assumiu os negócios da empresa.
26)
Adquiriu uma chácara em Santa Teresa onde
foi residir e auxiliou conterrâneos envolvidos na Revolução Farroupilha a
escapar de prisões no Rio de Janeiro.
27)
Em 1839, mandou buscar sua mãe,
Mariana de Jesus Batista de Carvalho, já viúva, e sua única irmã, Guilhermina
de Sousa Machado, que residiam no Rio Grande
do Sul. Junto com elas, chegou ao Rio de
Janeiro a sua sobrinha, Maria
Joaquina de Sousa Machado, a May (apelido dado em referência ao mês de
aniversário da mesma, "maio" em inglês) (1825-1904), por quem Irineu
se apaixonou e desposou em 1841.
28)
Do casamento com sua sobrinha
Maria Joaquina de Sousa Machado, Irineu teve ao todo dezoito filhos, sendo que
onze nasceram com vida: Lísia (1842-1855), Irineu (1843-1849), Irineu
Evangelista (1851-1915), Henrique (1852-1929), Artur (1853-1874), Maria
Carolina (1854-1941), Ricardo (1856-1884), Lísia Ricardina (1860-1890),
Hermínia (1862-1868), Irene (1865-1895) e Alice (1867-1869).
29)
Dos onze filhos nascidos vivos,
sete atingiram a maioridade e apenas cinco sobreviveram após a morte do pai, em
1889. A morte prematura da maioria dos filhos, devido a doenças, é atribuída à
proximidade do grau de parentesco entre Irineu e sua esposa, e dos problemas
genéticos decorrentes desse fato.
30)
Uma viagem de negócios que fez
à Inglaterra, em busca de recursos (1840),
permitiu a Irineu conhecer fábricas, fundições de ferro e o mundo dos empreendimentos
capitalistas, convencendo-o de que o Brasil deveria trilhar o caminho da
industrialização.
31)
A Inglaterra fora o cerne
da Revolução Industrial, e o Brasil ainda era um país de produção rural. Ao retornar, diante da
decretação da chamada tarifa Alves
Branco (1844) e da alta dos preços
do café no mercado internacional no
período, decidiu tornar-se um industrial.
32)
Tendo obtido junto ao governo
imperial brasileiro a concessão do fornecimento de tubos de ferro para a
canalização do rio
Maracanã, na cidade do Rio de
Janeiro (1845), liquidou os
interesses da Casa Carruthers e,
no ano seguinte, adquiriu uma pequena fundição situada na Ponta da Areia,
em Niterói, na então Província do Rio de
Janeiro.
33)
Imprimindo-lhe nova dinâmica
empresarial, transformou-a em um estaleiro de construções navais, dando início à indústria naval
brasileira.
34)
No ano seguinte, o Estabelecimento de Fundição e Companhia
Estaleiro da Ponta da Areia já multiplicara por quatro o seu
patrimônio inicial, tornando-se o maior empreendimento industrial do país,
empregando mais de mil operários e produzindo navios, caldeiras para máquinas a vapor,
engenhos de açúcar, guindastes, prensas, além de artilharia, postes para iluminação e canos de ferro para águas
e gás.
35)
Deste complexo saíram mais de
setenta e dois navios em onze anos, entre os quais as embarcações brasileiras
utilizadas nas intervenções platinas e as embarcações para o tráfego no rio
Amazonas.
36)
Em 1849 construiu o maior navio
mercante até então construído no país, o Serpente, um navio negreiro rápido, encomendado por Manuel Pinto da Fonseca, que depois de realizar uma única viagem de tráfico de escravos à África, foi vendido à Marinha do
Brasil e rebatizado Golfinho.
37)
O estaleiro, na Ponta da Areia,
Niterói, Rio de janeiro, foi destruído por um incêndio em 1857 e reconstruído três anos mais tarde.
38)
Nos seus onze primeiros anos,
antes do incêndio, havia fabricado 72 navios, dentre os a vapor e à
vela. Acabou-se de vez quando a lei de 1860 isentou de direitos a entrada
de navios construídos fora do país. Isso conduziu a empresa à falência.
39)
Na época, o tráfico de escravos gerava muito dinheiro. Porém, Irineu utilizou os recursos usados
para a compra de africanos para financiar suas ideias promissoras.
40)
Com a extinção do tráfico
negreiro, a partir da Lei Eusébio de Queirós (1850), os capitais até então empregados no comércio de escravos
passaram a ser investidos na industrialização. Aproveitando essa oportunidade,
Mauá passou a se dividir entre as atividades de industrial e banqueiro, tendo
acumulado fortuna aos quarenta anos de idade.
41)
Entre os investimentos que
realizou, além do estaleiro e fundição na Ponta da Areia, destacam-se:
42)
O projeto de iluminação a gás da
cidade do Rio de Janeiro, cuja concessão de exploração obteve por vinte
anos. Pelo contrato, o empresário comprometia-se a substituir 21 milhas de lampiões a óleo de baleia por outros, novos, de sua fabricação, erguendo uma fábrica de gás
nos limites da cidade. Os investidores só começaram a subscrever as ações
da Companhia de Iluminação a Gás quando
os primeiros lampiões, no centro da cidade, foram acesos, surpreendendo a
população (25 de março de 1854). Posteriormente, premido por dificuldades
financeiras, Mauá cedeu os seus direitos de exploração a uma empresa de capital
britânico, mediante 1,2 milhão de Libras
esterlinas e de ações no valor de
3.600 contos de réis.
43)
A organização da Companhia de Navegação do Amazonas (1852), com
embarcações a vapor fabricadas no estaleiro da Ponta da Areia.
44)
Posteriormente, em 1866, o
Império concedeu a liberdade de navegação do rio Amazonas a todas as nações,
levando Mauá a desistir do empreendimento, transferindo os seus interesses a
uma empresa de capital britânico.
45)
A construção de um trecho de
14 quilômetros de linha
férrea entre o porto de Mauá,
na baía de Guanabara, e a
estação de Fragoso, na raiz da serra da Estrela (Petrópolis), na então Província do Rio de Janeiro, a primeira no Brasil.
46)
No dia da inauguração (30 de
abril de 1854), na presença do imperador e de autoridades, a locomotiva,
posteriormente apelidada de Baroneza (em
homenagem à esposa de Mauá), percorreu em 23 minutos o percurso.
47)
Na mesma data, em reconhecimento,
o empresário recebeu o título de barão de Mauá. Este seria o primeiro trecho de
um projeto maior, visando a comunicar a região cafeicultora do vale do rio
Paraíba e de Minas Gerais ao porto do Rio de Janeiro.
48)
Em 1873 pela Estrada União e Indústria, a primeira estrada pavimentada no país, chegavam as primeiras cargas
de Minas Gerais para a Estrada de
Ferro Dom Pedro II (depois Estrada de Ferro Central do Brasil) empreendimento estatal inaugurado em 1858, que oferecia fretes mais
baixos. Em 1882, vencidas as dificuldades técnicas da serra, os trilhos
chegavam a Petrópolis.
49)
O estabelecimento de uma
companhia de bondes puxados por burros na cidade do Rio de Janeiro, cujo
contrato para exploração Mauá adquiriu em 1862, mas cujos direitos, devido a
necessidades de caixa, foram cedidos à empresa de capital norte-americano Botanical Garden’s Railroad (1866),
que inaugurou a primeira linha de bondes em 1868, organizando uma lucrativa
rede de transportes.
50)
A participação, como acionista,
no empreendimento da Recife &
São Francisco Railway Company, a segunda do Brasil, em sociedade
com capitalistas ingleses e de cafeicultores paulistas, destinada a escoar a
safra de açúcar da região.
51)
Participação, como acionista,
na Ferrovia Dom Pedro II (depois Estrada de Ferro Central do Brasil), mesmo tendo consciência que, pelo seu traçado, essa rodovia tiraria
toda a competitividade da Rio-Petrópolis.
52)
A participação, como
empreendedor, na São Paulo
Railway (depois Estrada de Ferro Santos-Jundiaí), empreendimento totalmente custeado por ele, sendo a quinta ferrovia
do país, em 16 de fevereiro de 1867.
54)
Em 1852, o visconde fundou
o Banco Mauá, MacGregor & Cia, com
filiais em várias capitais brasileiras e em Londres, Paris e Nova
Iorque. No Uruguai, fundou em 1857 o Banco Mauá Y Cia., sendo o primeiro estabelecimento
bancário daquele país, inclusive com autorização de emitir papel-moeda, sendo que tal banco abriu filial em Buenos
Aires, tendo sido citado por Jules
Verne como um dos principais
bancos da América do
Sul.
55)
De ideias políticas de caráter liberal e defensor do abolicionismo, forneceu os recursos financeiros necessários à defesa de Montevidéu quando o governo imperial decidiu intervir nas questões platinas
(1850).
56)
Contrário à Guerra do Paraguai, foi
deputado pela Província do Rio Grande
do Sul em diversas legislaturas
(1856, 1859-1860, 1861-1864, 1864-1866 e 1872-1875), tendo renunciado ao
mandato em 1873 para melhor cuidar de seus negócios, ameaçados desde a crise
bancária que se iniciara em 1864.
57)
Teve influência política no
Uruguai desde 1850, quando a pedido do amigo Paulino José Soares de Sousa, visconde do Uruguai e então Ministro dos Estrangeiros, ajuda
financeiramente os liberais sitiados em Montevidéu.
58)
Lá suas ações passaram a receber
favores ou revezes, de acordo com o domínio de blancos ou colorados.
59)
No Brasil, mesmo eleito pelo
Partido Liberal, apoiou o gabinete de seu amigo visconde do Rio Branco
(1871-1875).
60)
A combinação das suas ideias,
juntamente com o agravamento da instabilidade política da região platina,
tornou-o alvo das intrigas dos conservadores. As suas instalações passaram a
ser alvo de sabotagens criminosas e os seus negócios foram abalados pela
legislação que reduziu as taxas sobre as importações de máquinas, ferramentas e
ferragens (tarifa Silva Ferraz,
1860). Com a falência do Banco
Mauá (1875), pediu moratória por três anos, sendo obrigado a vender
a maioria de suas empresas a capitalistas estrangeiros e ainda os seus bens
pessoais para liquidar as dívidas.
61)
Convivendo em uma sociedade rural e escravocrata, o
contato com a mentalidade empresarial britânica que, nos meados do século XIX, gestava a
segunda fase da Revolução Industrial, foi determinante para a formação do
pensamento de Mauá.
62)
O seu estilo liberal de administrar era personalíssimo
para o Brasil, país acostumado à forte centralização monárquica que o Poder
Moderador, expresso na Constituição de 1824, havia
reafirmado. Sua característica principal, em qualquer setor econômico que
atuou, foi o pioneirismo.
63)
Com menos de trinta anos, já possuía fortuna que,
segundo ele próprio, "assegurava [a ele] a mais completa
independência".
64)
Os seus primeiros passos como empresário foram
marcados pela ousadia de projeto, apostando no emprego à tecnologia de ponta.
Em toda a sua carreira preocupou-se com a correta gestão de recursos, marcada
por uma administração descentralizada, onde a responsabilidade de cada
indivíduo na cadeia de comando era valorizada.
65)
A sua política salarial expressava, em si própria, um
investimento nos talentos de seus empregados, tendo sido pioneiro, no país, na
distribuição de lucros da empresa aos funcionários. Em complemento,
incentivava os seus colaboradores mais próximos a montar empresas e a fazer
negócios por conta própria.
66)
O nível de gerência era contemplado com créditos e
apoio logístico para operar os empreendimentos, o que combinado com a autonomia
administrativa e com a participação nos lucros, permitia fazer face à maioria
das dificuldades.
67)
Desse modo, Mauá controlou oito das dez maiores
empresas do país: as restantes eram o Banco do
Brasil e a Estrada
de Ferro Dom Pedro II, ambas empreendimentos estatais. Chegou a
controlar dezessete empresas, com filiais operando em seis países. Sua
fortuna em 1867, atingiu o valor de 115 mil contos de réis, enquanto o
orçamento do Império do
Brasil para aquele ano contava apenas com 97 mil contos
de réis. Estima-se que a sua fortuna seria equivalente a 60 bilhões de dólares,
nos dias de hoje.
68)
Mauá também foi muito conhecido por suas ideias
contrárias à escravidão, o que o distanciava das elites
políticas do Império, o que se ressentiu indiretamente nos seus interesses
comerciais. Com o passar dos anos, Mauá foi se afundando em dívidas, pois
sempre que não conseguia recursos, fosse através de subscrições, ou através do
apoio financeiro do governo, lançava mão das reservas de sua base de operações:
o Banco Mauá & Cia.
69)
No dia 1 de maio de 1910 a
prefeitura do então Distrito Federal inaugurou um monumento público em homenagem a Mauá. Uma estátua
em bronze do Visconde em tamanho natural sob uma coluna de granito de cerca de oito metros de altura, de autoria do escultor Rodolfo Bernardelli, foi colocada no centro da Praça Mauá, próximo ao cais do porto
carioca.
70)
Em 1º de junho 1914, foi fundada
a Escola Técnica Estadual
Visconde de Mauá no bairro de Marechal
Hermes, Rio de Janeiro (Hoje faz parte da rede FAETEC).
71)
Em 1926 foi inaugurado o prédio
da Estação Barão de Mauá, início da Estrada de Ferro Leopoldina (hoje abandonada).
72)
Em 1936, a Casa da Moeda do Brasil lançou uma moeda de cupro-níquel comemorativa de 200 réis (série "Brasileiros
Ilustres") com a efígie de Mauá no verso e da locomotiva
"Baronesa" no anverso, com reedições em 1937 e 1938.
74)
Em 2010, os Correios brasileiros emitiram o selo comemorativo alusivo aos 150 do Ministério dos
Transportes, com a imagem do Barão de Mauá (considerado Patrono dos
Transportes).
75)
Em 2013, por ocasião de seu
bicentenário, na PUCRS,
Porto Alegre, aconteceu evento comemorativo à data que contou com inauguração de Busto de Mauá na Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia -
FACE - da PUCRS (cujo Centro Acadêmico leva, desde 1931, o nome de "Visconde de Mauá"), lançamento de Troféu aos melhores estudantes, a ser concedido anualmente, premiação a figuras do mundo acadêmico e industrial e lançamento do livro Mauá:
paradoxos de um visionário - obra comemorativa dos 200 anos de nascimento do Visconde de Mauá.
Porto Alegre, aconteceu evento comemorativo à data que contou com inauguração de Busto de Mauá na Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia -
FACE - da PUCRS (cujo Centro Acadêmico leva, desde 1931, o nome de "Visconde de Mauá"), lançamento de Troféu aos melhores estudantes, a ser concedido anualmente, premiação a figuras do mundo acadêmico e industrial e lançamento do livro Mauá:
paradoxos de um visionário - obra comemorativa dos 200 anos de nascimento do Visconde de Mauá.
77)
No carnaval do Rio de Janeiro,
em 1963 o GRES
Portela com o enredo "Barão de
Mauá e suas Realizações", ficou em 4º lugar no Grupo
Especial, e, em 2012, a GRES Acadêmicos do Cubango, com o enredo "Barão de Mauá - Sonho de um Brasil Moderno"
obteve o 4º lugar no Grupo Acesso A.. Na terra natal do personagem, a Escola de Samba Unidos da São Gabriel
homenageou-o em 1992 com o enredo "O Apito
do Trem", vindo a ser campeã naquele ano.
78)
No bairro de Praia das Palmeiras, em Caraguatatuba, São Paulo, Código de Endereçamento Postal 11666-740, recebe o nome de Rua Irineu Evangelista de Souza. Com a
mesma denominação existem logradouros em: bairro de Isaura Parente, Código de Endereçamento Postal 69918-272 e bairro da Paz e Conjunto Mariana, em Rio Branco, Capital
do Estado do Acre, Código de Endereçamento Postal69919-202/230; no bairro Porto de
Santana, na Cidade de Cariacica, Estado do Espírito
Santo, Código de Endereçamento Postal 29153-045; na Vila Serradinho, em Campo Grande, Capital
do Estado do Mato Grosso, Código de Endereçamento Postal 79104-030; em Indianópolis, na Cidade de Caruaru, Estado de Pernambuco, Código de Endereçamento Postal 55026-120; e no Estado do Paraná, na Cidade de Ponta
Grossa, bairro da Estrela, Código de Endereçamento Postal 84040-190, e na Capital Curitiba, no bairro de Fazendinha, Código de Endereçamento Postal 81330-330.
79)
A Associação Comercial do Rio de
Janeiro é conhecida como A Casa de
Mauá, em homenagem ao ilustre brasileiro.
80)
Irineu
Evangelista de Sousa já foi retratado como personagem no cinema e
na televisão brasileiras, interpretado
por Paulo
Betti e Jorge
Neves no
filme "Mauá - O Imperador e o Rei" (1999) e Gracindo Júnior na minissérie "Chiquinha
Gonzaga"
(2002).
81)
Um
pouco de cronologia: 1813 (28 de dezembro): Nasce Irineu Evangelista de Sousa, na localidade
de Arroio Grande,
distrito de Jaguarão, no Rio Grande
do Sul, fronteira com o Uruguai.
82)
1819: O pai, João Evangelista de
Ávila e Sousa, estancieiro e criador de gado, é assassinado por ladrões de
gado.1820.
83)
Irineu é alfabetizado pela
própria mãe, Mariana de Jesus Batista de Carvalho, de quem recebe os primeiros
ensinamentos de português e matemática.
84) 1821:
A mãe e viúva, Mariana de Jesus Batista de Carvalho, vem a se casar com João
Jesus e Silva, que não deseja relação com os filhos do casamento anterior, e
Irineu é entregue à guarda do tio Manoel José de Carvalho.
85)
1822: Após o casamento da mãe,
Irineu, aos 9 anos, parte em viagem com outro tio, José Batista de Carvalho,
capitão de navio, para o Rio de
Janeiro.
86)
1824: Trabalha como caixeiro na
loja de tecidos do comerciante português Antônio Pereira de Almeida.
1828: Promovido a guarda-livros, aos 15 anos, na casa comercial de Antônio
Pereira de Almeida.
1829: Com a falência de Antônio Pereira de Almeida, Irineu é admitido na empresa
importadora do comerciante escocês Richard Carruthers.
87)
1836: Torna-se gerente da casa
comercial Carruthers & Cia.
1837: Com
o retorno de Richard Carruthers à Inglaterra, Irineu permanece à frente do negócio como sócio.
1839: A
irmã de Irineu, Guilhermina, domiciliada no Rio Grande
do Sul, vem para o Rio de
Janeiro para morar com ele,
trazendo sua filha e sobrinha de Irineu, Maria Joaquina de Sousa, a
"May";
1840:
Irineu realiza a primeira viagem à Inglaterra a negócios, onde conhece a nova
realidade do capitalista e
as invenções da Revolução Industrial.
88)
1841: Irineu casa com sua
sobrinha, Maria Joaquina, "May", com quem tem dezoito filhos, ao
longo de quarenta anos, dos quais onze nascem com vida .
1844:
Entra em vigor a Lei Alves
Branco, que aumentou os impostos de
importação sobre produtos estrangeiros, criando dificuldades para as empresas
importadoras, como era a Carruthers
& Cia. .
89)
1846: Iniciou o Estabelecimento de Fundição e Estaleiros
Ponta da Areia, para atuar na indústria pesada, fundição, estaleiro e
caldeiraria, considerada a maior e mais importante indústria do Brasil em todo
o período do Império.
1849–1850:
Com embarcações construídas na Ponta da Areia, iniciou a Companhia de Rebocadores Barra do Rio Grande.
1850:
Promoveu o encanamento das águas do rio
Maracanã, na cidade do Rio de Janeiro,
fornecendo os encanamentos para esse fim.
1851:
Fundou a Companhia de Iluminação
a Gás do Rio de Janeiro, cujo controle deteve até 1855. Organizou o segundo Banco do
Brasil.
90)
1852: Fundou as Companhia de Navegação a Vapor do Amazonas (baseado
num contrato de concessão de direitos de exploração por trinta anos),
a Companhia Fluminense de Transportes e a Companhia de Estrada de Ferro de Petrópolis (a primeira ferrovia do país, que vai do Porto Estrela, em Guia de Pacobaíba, no município de Magé, até Petropólis).
a Companhia Fluminense de Transportes e a Companhia de Estrada de Ferro de Petrópolis (a primeira ferrovia do país, que vai do Porto Estrela, em Guia de Pacobaíba, no município de Magé, até Petropólis).
1853: É
um dos principais investidores nas estradas de ferro de Pernambuco (Recife & São
Francisco Railway Co.) e da Bahia (Bahia & São
Francisco Co.).
1854 (30
de abril): Na presença do imperador Pedro II do Brasil e
de autoridades, inaugurou o primeiro trecho (14 km) da Estrada de Ferro de
Petrópolis, entre o porto de Mauá, na baía de Guanabara, e a
estação de Fragoso, na raiz da serra da Estrela (Petrópolis), na então Província do Rio de
Janeiro. Na mesma data, recebeu do
imperador o título de Barão de Mauá.
91)
1855–1856: Exerceu o cargo de
Suplente de Deputado.
No período, criou uma colônia agrícola para trabalhadores na então Província do Amazonas e iniciou as conversações com investidores para a construção de uma ferrovia de Santos a Jundiaí, na então Província de São Paulo.
No período, criou uma colônia agrícola para trabalhadores na então Província do Amazonas e iniciou as conversações com investidores para a construção de uma ferrovia de Santos a Jundiaí, na então Província de São Paulo.
92)
1855: (30 de abril) Juntamente
com 182 investidores formou a Mauá,
MacGregor & Cia, Instituição Financeira,
que contou com filiais em várias capitais brasileiras e em Londres, Paris, Nova Iorque, Buenos Aires e Montevidéu.
que contou com filiais em várias capitais brasileiras e em Londres, Paris, Nova Iorque, Buenos Aires e Montevidéu.
1860 (3
de dezembro): Tarifa Silva Ferraz que
reduziu as taxas de importação sobre as importações de máquinas, ferramentas e
ferragens, no Brasil.
1861 (6
de maio): Adquiriu as fazendas Caguassu e Capuava, ao Capitão João José Barbosa
Ortiz e suas irmãs Escolástica Joaquina e Catharina Maria, por 22.500 contos de
réis.
As propriedades, na região de Pilar, freguesia de São Bernardo, estendiam-se de Santo André até Rio Grande da Serra. A sede da fazenda foi demolida em 1974, para a construção do viaduto Juscelino Kubitschek de Oliveira.
As propriedades, na região de Pilar, freguesia de São Bernardo, estendiam-se de Santo André até Rio Grande da Serra. A sede da fazenda foi demolida em 1974, para a construção do viaduto Juscelino Kubitschek de Oliveira.
94)
1862: Obteve a concessão para a
exploração do transporte urbano por bondes na cidade do Rio de Janeiro,
organizando a Companhia
do Caminho de Carris de Ferro do Jardim Botânico.
Os direitos dessa empresa foram transferidos para uma companhia de capital norte-americano, a "Botanical Garden's Railroad" (1866), que inaugurou a primeira linha entre o Jardim Botânico e Botafogo (1868).
Os direitos dessa empresa foram transferidos para uma companhia de capital norte-americano, a "Botanical Garden's Railroad" (1866), que inaugurou a primeira linha entre o Jardim Botânico e Botafogo (1868).
95)
1867 (1 de janeiro): Funda o
banco Mauá & Cia. que
sucedeu a Mauá, MacGregor &
Cia.
1867 (4
de abril): Inauguração da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí. Início do processo de falência de Mauá.
1872:
Iniciou novas colônias agrícolas na Província do Rio de Janeiro. Inauguração do
cabo telegráfico submarino.
97)
1874 (26 de junho): Recebe do
Imperador Dom Pedro II o
título de Visconde, com grandeza, de Mauá.
1875:
requer, perante o Tribunal de Comércio do Império, moratória aos credores por
três anos.
1877:
encerra as atividades da Fundição e Estaleiro da Ponta da Areia.
1878:
publica o artigo O meio
circulante do Brasil. Encerra das atividades do Banco Mauá.
1879:
elabora e publica o livro Exposição
aos credores e ao público, explicando as razões da moratória e das suas
dificuldades financeiras, que levaram as suas principais empresas à falência,
estando incluída nessa obra a sua autobiografia.
98)
1882: os trilhos da Estrada de Ferro de Petrópolis chegam
até a cidade de Petrópolis.
99)
1884 (26 de novembro): aos 70
anos de idade, após ter liquidado as dívidas com os seus credores, recebeu
carta de reabilitação de comerciante, e passa a exercer a atividade de corretor
de mercadorias, especialmente na área do café, mudando-se para Petrópolis.
1889 (21 de outubro): falece em Petrópolis, já em situação financeira estável, na então Província do Rio de Janeiro, às vésperas da Proclamação da República.
1889 (21 de outubro): falece em Petrópolis, já em situação financeira estável, na então Província do Rio de Janeiro, às vésperas da Proclamação da República.
100)
Doente,
minado pelo diabetes, após liquidar as suas dívidas,
encerrou um capítulo da sua vida empresarial. Com o pouco que lhe restou e o
auxílio de familiares, dedicou-se à corretagem de café até falecer, aos 76 anos de
idade, em sua residência na cidade de Petrópolis poucas semanas antes da queda
do Império. Seu corpo foi trazido à corte de trem, pela mesma estrada de ferro
que construíra anos antes, e sepultado no mausoléu de sua família, no Cemitério de São Francisco de Paula, no bairro do Catumbi.
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